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Somos todos Prémio Nobel da Paz

Suíça, Noruega e Islândia: chupem!

Ponto prévio: eu não acho que ninguém queira realmente saber das atribuições dos prémios Nobel para alguma coisa. É um bocado como

os nossos Globos de Ouro

, ou prémios literários de qualquer espécie (lol, ler). Mas quando saem as notícias dos galardoados, aproveita-se sempre para mandar um ou outro bitaite e fingir alguma alegria e/ou indignação sobre a escolha. Há anos que assim acontece

e eu não sou excepção: ano após ano, amaldiçoo os suecos por ainda não terem dado um Nobel ao Morrissey.

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Mas hoje foi diferente: hoje, o prémio foi nosso. Hoje, ganhámos todos. Hoje, a União Europeia, à qual orgulhosamente e por algum motivo ainda pertencemos, foi agraciada com o prémio Nobel da Paz. Porque se há algo em que a Europa é top é nesse campo. Um prémio que é uma lufada de ar fresco, já que é quase certo que as boas pessoas que lideram a Comissão Europeia irão distribuir o milhão de dólares de prémio pelos mais desfavorecidos da união (nomeadamente nós e os gregos, mas nós temos o Ronaldo e eles um Parténon em ruínas

apostem no futuro, senhores). Um prémio que nos enche de orgulho por pertencermos à Europa, por fazermos parte do grande plano de unificação antes tentado e falhado por gente tão simpática e afável como César, Napoleão e um tal de Hitler.

Quanto a vocês não sei, mas eu já pendurei a minha bandeira da União à janela, substituindo a portuguesa, esfarrapada, que lá tinha, um memento do Euro 2004. No dia em que viajar para fora do continente, poderei garbosamente declarar “sou europeu”, ao mesmo tempo que na alfândega me apontam a direcção para o campo de refugiados. E, acima de tudo, posso finalmente gozar com os cabrões suíços, noruegueses e islandeses, essa malta arrogante com a mania de que são países a sério só porque acabam sempre nos dez mais do IDH ou uma merda assim. Chupem aí, falhados! O Prémio Nobel é nosso.