Matthew Bellosi: Desde sempre. No Natal ou nos aniversários recebia sempre um kit de artes, dos baratinhos. Gostava muito das aulas de arte na escola. Comecei a levar isto mais a sério quando cheguei à adolescência. Quando é que começaste a desenvolver o teu próprio estilo?
Sempre fiz as minhas coisas, as pessoas é que não as viam. Desenhei umas ilustrações para uma fanzine e os meus amigos viram e começaram a pedir-me que fizesse cenas para as bandas deles. E eu esforçava-me porque curtia muito colaborar com eles. Existe algum artista que tenha tido uma influência directa no teu trabalho?
A minha ex-namorada ofereceu-me um livro do Ralf Ziervogel que adorei. Ele desenha imagens bastante detalhadas e muito cruas e mistura-as com logos. Parece um disparate, mas é mesmo fixe. As capas dos discos punk também me influenciaram muito. O Trevor Brown é um dos meus artistas favoritos. O Mad Marc Rude também. Podia continuar. As cenas do Austin Osman Spare, as capas de demos dos grupos de death-metal dos princípios dos anos 90, Dash Snow, Peter Paul Rubens, Les Krims, etc. Que outras coisas é que te inspiram no teu quotidiano, para lá das ilustrações?
Quando era mais novo via muitos desenhos animados. Comprava aqueles livros que te ensinam a desenhar bonecos da televisão ou dos jogos de computador e desenhava-as de forma compulsiva até aprender de memória e não precisar de olhar para o livro. Outra das cenas que adoro são capas de discos. Todos os dias vejo centenas se não mesmo milhares.
Publicidade
Normalmente são eles que me pedem, o que é altamente. É fixe que sejam os outros a reparar em ti. Todos os grupos que me pediram que lhes desenhasse algo me agradam. Trabalhas numa loja de discos e a maioria do teu trabalho está relacionado com música. É uma coisa muito importante para ti, estou a ver.
Muito. É impossível evitá-la, a minha vida gira em torno dela: o meu trabalho actual, os meus hobbies, etc. Os meus colegas de casa tocam em bandas. Por vezes é um bocado frustrante. Criaste uma fanzine chamado Found Bound & Upside Down, na qual incluíste também algum do teu trabalho fotográfico. A fotografia é outra das tuas vias de escape artísticas. É tão importante para ti como a ilustração?
Não é tão importante, mas também me agrada, claro. Sempre que vejo uma cena divertida, tiro uma foto com o telemóvel. Costumava tirar muitas fotos a caras na televisão. Para mim é mais fácil expressar-me visualmente. Quais são os teus projectos futuros?
Estou a trabalhar numa nova zine com uns gajos que têm um projecto chamado Workin' Nights. Depois disso, não faço ideia. Vou continuarei a fazer merdas lá em casa. Vou fazer-te uma pergunta um bocado parva e básica, mas… Existe algum livro ou filme que tenha influenciado o teu trabalho de forma decisiva?
Leio muitos livros sobre guerra nos meus tempos livres. Em relação a filmes, não sei. Viste o Bad Boys com o Sean Penn? Ou o Scum? Gosto de filmes sobre miúdos que estão presos. Para terminar: que objetivo pretendes alcançar com o que fazes? Até onde gostarias de chegar?
Não sei qual é o meu objectivo… Quero desenhar sem parar até não saber o que fazer com os meus desenhos. Seria genial fazer mais t-shirts. Preciso de roupa para vestir. Onde é que os nossos leitores podem encontrar o teu trabalho? Tanto o artístico como o musical. Para que e-mail te devem escrever para te pedir uns desenhos?
Tenho um blogue e umas quantas páginas na net. Quem tiver interesse, encontra tudo isso facilmente. Isto é muito pouco profissional, mas o meu mail pessoal é o laughingwomb@gmail.com. Queria ter um com o meu nome verdadeiro, mas já estavam todos escolhidos.