No momento, os italianos estão extremamente descontentes com seu governo. O movimento “Forcado”, que começou com um grupo de fazendeiros sicilianos pressionando por reformas governamentais, se metamorfoseou em algo muito maior: pequenos empresários, caminhoneiros, trabalhadores mal remunerados, estudantes, membros da extrema-direita e desempregados de todo o país saíram às ruas para mostrar como as coisas vão mal.
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Além da dissolução do governo italiano, um sentimento anti-União Europeia e a queda dos impostos para pequenos negócios, os objetivos exatos do movimento não estão inteiramente claros. Mas isso nunca impediu o Occupy de se manifestar. E de maneira bem parecida com o Occupy, os protestos do Forcado não estão confinados a uma área específica; na segunda-feira, manifestações contra o governo e a austeridade aconteceram por todo o país. No entanto, foi em Turim, no norte da Itália, que as coisas realmente esquentaram (é só ver as fotos da galeria acima).
Os protestos do dia começaram com grupos reunidos nas duas estações de trem da cidade, que depois convergiram para Piazza Castello, a praça central. Lá, eles começaram a atirar pedras nos policiais, que responderam com paredões de gás lacrimogêneo. Estranhamente, um grupo de manifestantes decidiu voltar sua atenção para os jornalistas e fotógrafos presentes, atacando um fotógrafo com um pedaço de pau e roubando e destruindo o equipamento de outros dois.Depois que todos tiveram sua chance de jogar coisas uns nos outros, os manifestantes exigiram que os policiais tirassem os capacetes. E, para grande surpresa da multidão, eles tiraram. Os sindicatos policiais UGL e SIULP disseram que seus oficiais tiraram o equipamento de proteção em solidariedade aos manifestantes, mas dois departamentos de polícia disseram depois que os policiais tiraram os capacetes porque a situação estava calma, não como um ato de apoio ao movimento.
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Capitalizando em cima dessa surpresa, Beppe Grillo – líder do Movimento 5 Estrelas, um partido de oposição sem ligação real com os protestos do Forcado – pediu na terça-feira que toda a polícia italiana tirasse os capacetes, deixasse de defender os políticos no comando do país e se juntasse ao movimento Forcado.
Ontem, uma votação secreta foi realizada no parlamento, organizada pelo primeiro-ministro Enrico Letta para confirmar sua maioria parlamentar depois que o partido Forza Italia de Silvio Berlusconi saiu da coalizão no poder. Danilo Calvani, um dos organizadores do movimento Forcado, disse à imprensa na terça-feira que, se o governo vencer a votação e os políticos que estão no poder atualmente continuarem em suas posições, o grupo realizaria uma marcha pacífica em Roma. No entanto, Mariano Ferro, fundador do movimento, deu outra declaração, dizendo que os protestos continuariam por mais alguns dias primeiro. “É preciso ter mais alguns dias de paixão e fazer a adrenalina dos italianos subir”, ele disse.Depois da votação, veremos se Calvani influenciará mesmo a linha do movimento.Veja mais do trabalho do Mattia no site dele.
