Já dizia a minha bisavó que durante o sexo era a melhor altura para pensar na lista de compras do supermercado. Quem disse que sexo é como pizza – no sentido em que mesmo quando é mau é relativamente bom – era claramente um homem. A verdade é que o sexo sempre foi pior para as mulheres do que para os homens – antigamente, porque o nosso prazer lhes era irrelevante; agora, porque aprender com a pornografia é a receita para o insucesso.
É mais complicado fazer uma mulher ter um orgasmo, demoramos mais a lá chegar, a nossa cabeça viaja muito e desconcentramo-nos facilmente, temos inibições com o nosso corpo que nos atacam quando estamos nuas e, para nós, os preliminares são sempre essenciais.
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Qualquer homem que queira ter uma boa prestação entre os lençóis, precisa de ouvir as mulheres e tentar conhecer o nosso corpo. O problema de estar com uma mulher diferente cada noite é que nunca se chega a um nível de confiança para que elas possam explicar do que gostam e como gostam, o que pode muito bem significar que a maioria das tuas parceiras sexuais tenha fingido um orgasmo só mesmo para que o teu chegasse mais rápido e, assim, pôr fim à tua prestação inexperiente.
Vê: “O que é que se passa com o amor?“
Mas, sorte a nossa, hoje em dia já há muita informação disponível sobre o prazer feminino. A mentalidade actual já é de igualdade perante o sexo e, embora o slut shaming ainda seja um problema bastante real, as mulheres cada vez mais normalizam e vocalizam a sua sexualidade. Até porque chega uma idade em que deixa de haver tempo para más quecas – a vida em geral já é cheia de mediocridade, por isso, pelo menos no sexo, que haja fogo-de-artifício.
Ainda assim, todas nós já tivemos encontros sexuais muito constrangedores, em que passámos o tempo – que sábia era a minha bisavó – a fazer listas mentais, ou a pensar em qualquer outra coisa que não naquele homem nu e desajeitado que, não, não estava familiarizado com o clitóris. Mas, como sempre, falar do assunto ajuda a identificar problemas e a saber o que procurar – ou evitar – numa próxima, por isso aqui vão algumas experiências terríveis, contadas em 10 palavras.
“Enganou-se no buraco. Entrou-me atrás tipo tacada, sem aviso. Chorei”. – Catalina, 25
“Estive constantemente a defender o meu rabo do dedo dele”. – Teresa, 30
“Era uma vez um pénis. Só que não tinha pilhas”. – Margarida, 23
“Adormeceu enquanto lhe batia uma. Obviamente nem chegámos ao sexo”. – Marta, 25
“Conheci-o acabada de vomitar de bebedeira. Má altura para decisões”. – Mariana, 25
“Tive que lhe perguntar se estava dentro, não o sentia”. – Marta, 24
“Ainda vestidos. Amasso intenso, pré sexo. Ele veio-se nas calças”. – Catarina, 25
“Não se mexeu. Modo estrela do mar. Perdi a vontade”. – Filipa, 28
“Veio-se mal entrou. Duas vezes seguidas – em nenhuma o senti”. – Madalena, 25
“Péssimos preliminares, não sabia usar as mãos. Demasiado bruto, magoava”. – Maria, 25
“Estava tão aborrecida que o mandei embora – nem fingi orgasmo”. – Beatriz, 25
“Foi como pinar com um coelho, demasiado rápido e descoordenado”. – Marta, 25
“Tão parado que ia adormecendo. Só ali fiquei por educação”. – Mariana, 25
“O pior sexo? Foi, de certeza, com um homem branco”. – Joana, 23
“Recusava-se a usar preservativo. Obriguei-o. Primeira e última vez juntos”. – Inês, 26
“Pôs-me os dedos a seco, sem aviso. Tinha mãos pequenas”. – Carmo, 25
“Achava-se óptimo com os dedos, mas nunca acertou no clitóris”. – Mariana, 26
“Até te conto só em três palavras: adormeci a meio”. – Benedita, 24
“Embebedámo-nos para pinar, mas acabámos os dois a vomitar”. – Ariana, 24
“Conselho de amiga: nunca faças sexo na sala da caldeira”. – Noa, 29
“Éramos ‘fuck buddies’. Depois do sexo, ele começou a chorar”. – Joana, 23
“Mordeu-me o clitóris e disse ‘todas adoram isto’. Não. Nenhuma”. – Michele, 30
“Estava tão cansada que lhe disse: usa-me tipo boneca insuflável”. – Grecia, 28
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