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Na altura em que a proposta de Trump para a construção de um muro na fronteira com o México estava ainda em fase de protótipo e o seu desenho final era pouco claro, várias organizações ecologistas diziam já que o seu impacto no meio ambiente seria certo. O alerta apontava para que, pelo menos, 111 espécies corressem riscos.
Uma das espécies mais ameaçadas é o jaguar, que ainda agora começou a expandir-se pelo território norte-americano, a partir das populações principais no estado mexicano de Sonora.
Proprietários de explorações pecuárias dos arredores da cidade de Sahuaripa aprenderam a viver com o jaguar e têm até contribuído para estudos de preservação da espécie. O Northern Jaguar Project, que abrange os dois países, gere uma reserva nas montanhas de Sonora e trabalha com proprietários de gado, instalando câmeras de vigilância nas suas propriedades e paga-lhes centenas de dólares pelas imagens dos jaguares que consigam captar.
Desde que haja presas suficientes, como é o caso de veados, Martin Ranch, dono de uma dessas propriedades, garante que a presença do jaguar não o preocupa. Ele próprio tem limitado a caça aos veados, para garantir que os felinos não comecem a atacar os seus animais. A sua maior preocupação, na verdade, é outra: "Há algum tempo que não temos chuva suficiente. Portanto, a maior ameaça que vejo por aqui é mesmo a seca".
Um muro de fronteira intransponível, uma imposição que Trump colocou às propostas, faria com que o jaguar ficasse "preso" do lado mexicano. A população de jaguares norte-americana, que se estima integrar apenas três machos, não poderá sobreviver sem acesso à população que habita no México.
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