As histórias mais carnaval de Carnaval

FYI.

This story is over 5 years old.

Outros

As histórias mais carnaval de Carnaval

Você não é o único que vivenciou vários dias de maldade nessa data, doidão.

Foto: Felipe Larozza/VICE

O Carnaval é um estado de espírito, quase como um transe coletivo. O calor tá no talo, as pessoas estão com menos roupas e de repente você acha aceitável misturar catuaba e vodca no mesmo copo para aguentar uma maratona de 12 horas em bloquinhos ou desfiles de escolas de samba. As chances de encontrar seu chefe de cueca no meio da rua cantando alguma marchinha de Carnaval são altas. Seus amigos estão mais loucos do que você. Carnaval, enfim, é bom demais.

Publicidade

A gente adora essa festa e adoramos ouvir histórias desgraçadas de testemunhas carnavalescas loucas por uma farra. Gostamos daquelas histórias que nem Nelson Rodrigues ousaria escrever e daquelas que você esconde de todo mundo para não ser zoado pelo resto da vida. Por isso, fomos caçar relatos desgraçentos de leitores e não-leitores da VICE que rolaram durante a festa da carne, o evento mais sem-vergonha desse nosso mundão. Se você quiser fazer algo parecido, avisamos desde já que o B.O. é todinho teu.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Estrela Guia

Minha melhor amiga e uns amigos foram ao bloco e chegando lá encontraram um pai com uma filha adolescente. A filha, como estava no meio do Carnaval mesmo, vira pro lado e começa a pegar alguém, deixando o pai sozinho & de vela. O pessoal, vendo isso, achou bem engraçado e meio bizarro que a filha estivesse ignorado o pai pra pegar alguém aleatório no Carnaval.

Daí os meninos — que estavam alcoolizados, mas acho que isso é óbvio pois era Carnaval — viraram pro pai que estava sozinho do lado da filha que beijava bocas e perguntaram numa boa "pô, tu não se incomoda com sua filha pegando um cara aí?". O pai respondeu, apontando pro peito: "tá vendo estrela?".
Sem entender nada, os moleques ficaram se perguntando o que aquele senhor quis dizer e responderam somente "quê?". O senhor repetiu "você tá vendo alguma estrela aqui?", apontando pro peito. Os meninos, tentando entender onde aquela porra ia chegar, responderam "não."
"É que eu não sou xerife de buceta", disse o pai que virou as costas e foi embora.

Publicidade

Sofrência errada

Chegamos em São Lourenço do Sul, cidade que rola um Carnaval de interior maneiro aqui no Rio Grande do Sul. Já de noite, eu e mais quatro amigos chegamos no rolê depois de beber no ônibus — então já estávamos alterados —, porém a maioria das festas (de rua, bailes boates) já estavam acontecendo e decidimos que não iríamos entrar assim de gaiato nas coisas logo no primeiro dia.

Continuamos bebendo e ficamos doidaraços e resolvemos que seria uma ÓTIMA IDEIA continuar bebendo no bar mais pé-sujo do mundo do interior de uma cidade pequena. Encontramos um boteco num barranco, ao lado de um terreno baldio, aqueles estabelecimentos de tão tosco que é não tem nem alvenaria: uma casa de madeira horrível, fedida e dentro só tinha meia dúzia de caminhoneiros bebendo pinga e chorando a solidão nas mesas… pois no fundo havia uma moça meio vestida de cigana CANTANDO NUM PALCO.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Não demorou muito (e mais cachaça) pra gente pensar se a coisa mais inteligente do mundo era mentir que um dos nossos amigos era 'um cantor famoso da capital e queria cantar no bar' e, lógico, a dona do bar não o conhecia, mas levou fé e acreditou na mentira. Volta a dona do bar com uma câmera, tira foto com a gente, pede autógrafo do 'cantor famoso' e permite que ele — e a gente também — cante uma música no palco enquanto a tal da cantora cigana descansa.

Subimos lá animadões e pedimos pra rolar no fundo (numa batida de karaokê) a famosa GARÇOM, acontece que estávamos bebaços e ninguém lembrava da letra. Então começou a tocar a batidinha do karaokê, a dona se aproximou emocionada esperando ouvir a música, os caminhoneiros chorões das mesas idem, todo mundo esperando o meu amigo, o tal 'cantor famoso', desembuchar e começar a cantar e… nada. Ele não sabia o que cantar. 
Começou puxando um 'garçooooommm….. aqui nessa mesa de bar…' mas não conseguia passar disso; pessoal impaciente, ele nervoso, teve a brilhante ideia: jogou as mãos pra cima e chamou o 'siiiimboooora' pedindo a voz do público pra cantar o resto.

Publicidade

Ninguém cantou, foi um fracasso, a dona do bar ficou putaça com a gente, acabou a música, bebemos mais uma saideira e saímos de fininho antes que alguém tentasse nos esfaquear ou qualquer coisa do nível.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

De tutu na sauna

No Carnaval passado, estava eu, bela de bailarina.. tutu, blusinha, tudo que tinha direito. Bebi, tomei MD, me joguei. Saindo do bloco, isso já era mais de meia-noite (imagina meu estado, mais de 12 horas na rua), estava completamente bêbado, com uma garrafa de catuaba, sem chinelo (perdi), sem camiseta (perdi tb), apenas de tutu, e querendo transar.

A brilhante ideia foi ir até a sauna gay mais próxima, no Arouche, que estava com uma fila gigantesca. Chegando a minha vez, o segurança me barrou, falando que não podia entrar sem roupa e fantasiado (meu traje).  Aí as gay ficaram loucas e começaram a me apoiar — DEIXA O MENINO ENTRAR, ELE VAI FICAR PELADO LA DENTRO. Nisso já arranjei duas fodas na fila mesmo, até que convenceram o segurança a me deixar entrar. Ele me aconselhou a tomar um banho antes de entrar na piscina, etc, rssss.

Muito louco lá dentro, lembro de flashes, comendo uma galera e indo embora 8h da manhã, sem dignidade nenhuma.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Gringos

Ano passado resolvi passar o carnaval no Rio. Conheci um colombiano muito top (ou que ao menos parecia ser) e ficamos de pegação na Lapa por altas horas. Ele não usava cueca e a cada manifestação de alegria, eu gargalhava com aquele pau duro sem-vergonha me dizendo "olá". O bicho era bem louco, estava trabalhando em um hostel em troca de hospedagem e sugeriu que fossemos pra lá pra finalmente trepar.

Concordei. No hostel em que ele estava, havia uma boate na frente. Decidimos ir até lá pegar cerveja. No auge da empolgação, ele me levou pro depósito da boate e acabamos transando ali mesmo. Mas enquanto eu estava de quatro, alguém começou a bater na porta furiosamente. De repente a garçonete apareceu segurando uma porção de batata frita e pela primeira vez eu consegui sentir vergonha mesmo mais bêbada que uma cabaça.

Publicidade

Comecei a falar inglês, pra combinar com o espanhol do cara e dei a entender que éramos os gringos que achavam que Carnaval era sinônimo de putaria. Saímos dali e fomos terminar a trepação no hostel.

Miau

Eu ja saí fantasiada de mulher gato, corta pro BLACKOUT, acordei em casa e a única coisa que sobrou da fantasia foram os cílios que ficaram colados no travesseiro quando acordei. Um ano depois na Copa um cara me parou na rua e disse: "sua fantasia de mulher gato tá lá em casa".

Esse dia foi loco.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Dor & Sofrimento

Já colei glitter nas sobrancelhas com cola branca porque ia durar mais, cheguei em casa transtornada e ao invés de lavar o rosto, puxei com tudo. O resultado fica por conta da imaginação de vocês.

Uma odisseia carnavalesca

Tinha acabado tomado um pé na bunda e decidido ir pro Carnaval do Rio de Janeiro afogar as mágoas e já estava tudo acertado com uma amiga, ficaria na casa dela em Copa, porém os atrasos da rodoviária me fizeram chegar horas depois do planejado, e sábado umas 10 da manhã eu ainda estava tentando ir na casa da amiga, e todo o pessoal putáço me esperando pra ir pro Carnaval.

Cheguei morto de cansaço e fedendo e pedi pelo amor de deus pra me esperarem só mais um pouco pra eu tomar um banho rápido. Esperaram. Nesse meio tempo, um amigo achou alguém no Grindr que tava no mesmo prédio e resolveu esperar meu banho de forma mais produtiva.

Acabei meu banho. Tivemos que esperar meu amigo. Saímos sábado pro primeiro dia de Carnaval já meio tarde então eu já estava VORAZ por tudo e com tanta sede ao pote acabei queimando a largada, a pista, o estádio e tudo mais. Meti pra dentro uma mistura de álcool e tóxicos e fui pro primeiro bloco já desconfigurado. Nessa primeira parte os amigos já me relatam os absurdos: tiveram que esconder coisas de mim porque eu tava aloprado na fixação na fase oral, colocava tudo na boca.

Publicidade

Encontrei uma canga de bandeira do Brasil imunda e amarrei no rosto cobrindo o rosto. E o cúmulo: beijei um cachorro de língua, logo eu que morro de nojo de lambida de cachorro. Ainda assim, achei uma menina linda e disse que ela era tão linda que queria beijar o cachorro dela e assim o fiz. ENFIM. Acabou que me perdi dos meus amigos e encontrei uma amiga do Rio e começamos a ficar e ela, assim como eu, é uma força da natureza do Carnaval (das destrutivas).

Nisso fui de bloquinho em bloquinho até que domingo de manhã já nem sabia onde estavam meus amigos e já tavam meio fodassy, fiquei com minha amiga fomos na casa dela dar um cochilo pra voltar pro Carnaval. Voltamos e eu decidi que seria uma boa ideia fazer um litro e meio de energético com 51 pra aguentar o dia e dividir com os amigos, obviamente que ninguém quis, e esse acabou sendo meu café da manhã /  almoço.

Encontrei tais tóxicos pelo meu caminho. Quebrei o pé. Não notei. Segui de pé quebrado. Acabaram os blocos. Uma amiga surtou de tóxicos dentro de uma lanchonete. Acabou eu e a menina que eu tava ficando e mais a surtada da lanchonete num ônibus indo pro Vidigal pra uma Voodoohop no topo do morro. Eu seguia de pé quebrado e imundo além de estar absolutamente coberto de glitter a ponto de as pessoas me falarem que eu parecia um holograma depois de ter derrubado um pote de tinta neon na cara e cabelo e jogar meio saco de 500g de glitter metalizado em cima.

Publicidade

Acabou a Voodoo, não quis esperar a van e resolvemos descer o morro com os amigos a pé. Eu de shortinho, todo cagado de glitter e cheio de pena preta. Embaixo do morro senti que meu pé quebrado estava quebrado e vi o tamanho do mesmo — resolvi pegar o transporte pra casa da minha amiga, que desde sábado de manhã eu nem sabia onde era mais, perdi o ponto, tive que voltar mancando pra casa dela, consegui chegar vitorioso, tomei o banho mais delicioso da vida e resolvi deitar e descansar o pé e esperar pra ver se o sono chegava.

Aí minha mãe me liga. Nisso, eu de pé quebrado, com todos os tóxicos ainda batendo, bêbado feito um estivador apaixonado, e minha mãe chorando pois tinha ficado na casa de uma amiga que tinha dado uma puta bola fora com ela e surtado por isso e tive que fazer o resgate de mamãe. Entrando na casa da mulher escondido, pegando as malas dela, e procurando um lugar pra ela ficar ligando pra outras amigas do Rio.

Fogo na bomba

Ao invés de um isqueiro, eu usava um maçarico pra acender o cigarro, e andando com o pessoal do bloquinho na Vila Madalena, em São Paulo, eu acendi o bendito e tava tão louco que esqueci ele aceso e guardei no bolso da bermuda.

Alguns segundos depois ouvi alguém gritando fogo e pulei pro lado com o calor, mas percebi que era eu que estava em chamas e fiquei com um furo na bermuda, menos alguns pelos na coxa e na mão.

Quem passou o cheque?

Fui para Muzambinho, no interior de Minas Gerais, e peguei um boy que estava na mesma casa que eu. Ai fomos e demos uma transada depois da festa.

Pela manhã a galera entrou no quarto e a cama estava cheia de coisa marrom, eu estava dormindo e o pessoal gritando e zuando que ele tinha cagado, nisso ele veio me acordar e perguntar se eu estava suja porque a cama estava com cocô, ou seja, ele achava que não tinha cagado e achou que tinha sido eu, logo pensei: "carai, será que dei o cú e não lembro e ai me caguei toda?" Mas não, eu estava limpinha. No dia seguindo voltamos da festa novamente e eu pisei com o tênis na cama cheia de lama e descobrimos que não tinha sido cocô [no lençol no dia anterior] e sim eu que tinha pisado [com o pé de lama no lençol] um dia antes também.

Publicidade

Os dois que tínhamos ficado com dúvida se alguém tinha cagado, ou não na cama, terminamos comemorando e nos abraçamos por ser só lama.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Amor incestuoso

Eu só tenho a clássica história do Carnaval que eu namorava com um carioca, fui pro RJ e a mãe dele não me deixou ficar na sua casa por eu ser "uma vagabunda". Na primeira noite dormimos no VIPs e fizemos um gang bang, no dia seguinte ficamos mais loucos que o batman na Vila Mimosa e eu cismei em pagar uma prostituta com lábio leporino para chupar ele.

E enfim, arranjei uma casa de uma mina para ficar. Ele me deixou lá dizendo que voltaria mais tarde, eu e a mina nos pegamos, pegamos também um casal de gêmeos que transava entre si, terminei o namoro pelo celular e passei o resto do Carnaval nessa relação lésbica e incestuosa em Botafogo.

Mais incesto (vocês não param)

Teve um Carnaval em que eu me apaixonei pela minha prima, fiquei louco de tesão por ela, nos pegamos pra caralho o Carnaval inteiro, transávamos em qualquer beco de Olinda e quando [a folia] acabou deixamos pra lá.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Formando2014

Estava em um bloquinho no Rio e peguei um cara delicinha, que beijo maravilhoso, passei até meu telefone pra ele, mas lógico que quando ele me enviou Whats falando que era fulano eu nem lembrava do nome dele.

Eu tinha uns 26 [anos] na época e ele disse que tinha 20. Ok, peguei um novinho. Depois disso ele me enviou mensagens para nos encontrarmos no apê dele em Ipanema e tal, mas deu preguiça e não fui. Ainda assim, ele me adicionou no Instagram e ok, uns meses depois o vi postando uma foto com o uniforme da escola e escrito #formando2014. Sim amigos, ele tinha 17.

Publicidade

X-lanche

Estava com uns 17 anos e fui passar o Carnaval em Santa Branca, interior de São Paulo, na casa de uma amiga minha.

Estávamos bebendo groselha com vodca (balalaika) durante a tarde inteira e na hora de ir curtir o Carnaval na rua eu já estava quase queimando a largada. Tive a ideia de ir comer um lanche para dar uma recuperada.

Na hora que eu saí da casa da minha amiga, porém, começou a chover, pedi meu lanche e eu fiquei desesperada de molhar meu lanche porque eu não tinha muito dinheiro e tinha que reservar o mesmo para a cerveja. Sai correndo desesperada, escorreguei em um barranco enorme ralei toda a minha bunda, fiquei cheia de lama, chorei, fiquei humilhada e tiraram foto comigo ainda como se eu tivesse cagado na calça.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Punheta

Fui pra um Carnaval com meus primos, inventei de beber por várias horas e evitar ao máximo ir ao banheiro por motivos de banheiro químico. Daí quando estava esperando meu tio buscar a gente de van já, comecei a ir em hospital, bombeiro, tudo que era lugar público pedindo pra fazer xixi e ninguém deixou. Aí tive que apelar pro banheiro químico, só que quando eu entrei tinha um puto batendo punheta dentro do banheiro químico feminino!!!!

Quem caralho bate punheta no banheiro químico!!!

Ai eu já estava bebaça tomei um susto e me mijei de medo (porque o cara não parou a punheta), sai correndo e fiquei passando a vergonha de estar mijada no Carnaval (sorte que foram poucos minutos até meu tio chegar).

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.