Você deve conhecer o Bruno Belluomini pelos seus EPs sci-fi siderais do HOROS. Mas o produtor resolveu ir além da sua própria produção ao lançar novos artostas e sons também pelo seu selo TRNQR. Depois do Missiles at A Wedding, no final de 2015, o selo lança o novo trabalho de Victor Lucindo, Jardim Botânico.Há alguns meses, o produtor, antes conhecido como Iridescent, lançou um trabalho pela Fluxxx que decidiu assinar com seu próprio nome, pela primeira vez. A decisão aconteceu porque Processual era um trabalho demasiadamente pessoal para que Lucindo se escondesse atrás de sua alcunha, como ele me contou.Dessa vez, porém, ele atribui a utilização de seu nome verdadeiro por ter procurado sons diferentes dos que explora com Iridescent. "Não foi uma decisão tão consciente, mas de certa forma ele é uma continuação do que eu já vinha tentando no disco anterior. Com o tempo, fui percebendo que me sinto mais confortável assinando com o meu nome quando o material é sim, mais pessoal, mas também mais livre de amarras de gênero", diz Lucindo.A decisão de ter, pela primeira vez, composto um trabalho com equipamento de fato (ao invés de softwares de computador) foi determinante para a liberdade que Jardim Botânico exprime. "Quando você produz num computador, existe uma plasticidade de laboratório, as possibilidades são quase infinitas, mas é um processo muito deliberado e invariavelmente, mais previsível. Com hardware é quase como sentar com um violão no sofá, as mãos começam a agir quase sozinhas. E acontece algo curioso, que é o equipamento ser co-autor do que você está fazendo, ele te joga coisas na cara que você não esperava", conta.Durante as sete faixas do disco, escutamos Lucindo controlar — e ser controlado — pelo seu hardware, que apresentam sons um pouco mais pesados e pop do que o produtor costuma fazer. "Há um certo clima noventista, de trilha incidental de novela, que eu não buscaria conscientemente. E a partir daí associações, imagens, memórias que de alguma maneira se canalizaram das mãos para os knobs. E essa sensação de ceder o controle para o inconsciente foi importante. Se eu tivesse que fazer uma comparação exagerada, diria que é meu EP "voz e violão" (takes ao vivo, equipamento mínimo, arranjos esparsos). Foi um importante exercício de expressão", diz.Escute Jardim Botânico:
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