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Música

O Lunice Toca no Brasil e Nós Trocamos uma Ideia com Ele

Leia a entrevista que fizemos com o produtor-revelação do hip hop underground, que toca na Boombass no próximo dia 28 de novembro.

O DJ e produtor canadense Lunice, festejado nome do hip hop underground e da cena de bass global, aterrissa AGORA SIM no Brasil no próximo dia 28 de novembro, quando toca na Boombass que rola no Superloft.  em setembro para duas apresentações. A primeira rola dia 19, dentro da programação da Boombass, a festa da Mari Mats, no Complexo Multicultural Superloft, em São Paulo. Ele também será a atração principal da edição #28 da festa Wobble, dedicada a ritmos como o dubstep, trap, drum and bass, UK garage e outras coisas boas que tenham o bass como tônica. A bagunça acontece no dia 20, no Espaço Franklin, que fica no Centro do Rio de Janeiro. As informações complementares, sobre entrada, outros nomes no line-up e horários, em breve serão publicadas nas páginas de ambas festas no Facebook. Então fiquem ligadxs.

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Lunice é cobra criada na cena hip hop de sua cidade, Montreal. Cresceu dançando break, fazendo graffiti e mandando uns beatboxes. Com o tempo, o interesse pela música foi evoluindo e ele começou a compor seus próprios beats. Atualmente, ele é um dos mais promissores expoentes do trap. A estreia como DJ foi entre os idos de 2007/08. Não demorou muito para que ele se tornasse um fera das pick-ups, tendo inclusive participado da Red Bull Academy de Londres em 2010. Lá, aprendeu novas técnicas de produção e desenvolveu suas habilidades de produção e composição. Então fechou com o selo LuckyMe e lançou dois elogiados EPs, "Stacker Upper" e "One Hundred".

A repercussão calorosa de crítica e público o levaram a conhecer o produtor Diplo, que levou o cara para a Mad Decent. É Lunice quem assina a produção de "Runnin", da Azealia Banks, e ele inclusive dá pinta no clipe de "212" (se liga nos 00:34 e 2:17 segundos). No momento, o artista trabalha em seu primeiro álbum. Mas enquanto isso não acontece, vale conferir os trampos já citados e também o EP de seu projeto em parceria como camarada Hudson Mohawke, o TNGHT, que saiu pela Warp.

THUMP: Você começou sua carreira na música como um b-boy. Você ainda pratica?
Lunice: Com certeza. Mas eu simplifiquei meus movimentos em gestos e, então, os transformei numa ferramenta de interação com a plateia, ao invés de ficar constantemente usando o microfone, como um apresentador normalmente faz. Então não tenho nenhum movimento específico que possa ser percebido como um passo de break.

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Como está a cena em Montreal? Rola uma integração ou é mais segregada- roqueiros, punks, pessoal do hip hop, cada um para um lado?
Bastante integrada. Mas eu sinto que a maior parte da cultura norte-americana também é. Por exemplo, no rap, você vai encontrar, em diferentes lugares dos Estados Unidos, uma subcultura própria do rap que soa completamente diversa das outras. No Canadá, nós geralmente inspiramos uns aos outros bebendo em múltiplas fontes e, a partir disso, acreditamos criar uma sonoridade interessante para o estilo.

Para nós, o Canadá parece ser um lugar literalmente frio. Como vocês fazem para esquentar as coisas durante os meses mais nublados do ano? E, quando a cena é mais calorosa, no verão ou no inverno?
O que eu percebo é que, como na maioria dos lugares com um clima parecido, nós acabamos ficando a maior parte da temporada em ambientes fechados. Limitados a certas atividades e projetos que não combinam com ambientes a céu aberto, ficamos quase o inverno todo entocados, trabalhando, conceitualizando e criando, para nos manter ativos até que possamos sair para agitar as coisas. Mesmo porque, não é nem um pouco motivador quando você abre a porta e se depara com meio metro de neve tapando seu caminho. Mas a gente se adapta…

Quem você acha que é o melhor MC Canadense do momento? E os novos produtores que estão botando banca?
É difícil apontar apenas alguns nomes num momento em que há tantos novos talentos, visto que as gerações mais novas estão começando a dar as caras e a dar o seu melhor. Acho que o lance é ficar ligado para, lá na frente, passar na peneira e ver quem conseguiu formar um corpo de trabalho consistente.

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Com que músicos, vivos ou mortos, você gostaria de colaborar ou já ter colaborado?
João Gilberto, Miles Davis, Stan Getz, Ahmad Jamal, Herbie Hancock, Dizzy Gillespie, John Coltrane, Thelonious Monk. Mas cito esses caras não porque eu gostaria de fazer jazz ao lado deles. E sim porque admiro a ética deles e o quanto a contribuição deles foi significativa para a expansão da mentalidade musical. Eu poderia listar uma seleção mais comprida com diferentes gêneros, mas é que o jazz está muito mais próximo daquilo que eu quero aplicar no rap. Eles fizeram tudo isso em nome da criatividade.

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