O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, depois do anúncio de ontem.
Na noite de sexta-feira, dia 26, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, reuniu seu gabinete e convocou um referendo. Os eleitores gregos deverão decidir se aceitam ou não um acordo de auxílio, que inclui o que ele chamou de exigências "injustas" de austeridade dos credores estrangeiros. O referendo, que deve acontecer no domingo, dia 5 de julho, foi anunciado logo depois da meia-noite no horário grego.
Publicidade
Logo depois da reunião de ontem, muitos ministros gregos afirmaram que o povo votaria "não" e rejeitaria as exigências do acordo: mais cortes em pensões e impostos, entre outras coisas.Líderes e parlamentares dos partidos de oposição estão se unindo contra a ação, dizendo que um referendo vai destruir o país. Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogroup (um corpo informal de ministros das finanças da Eurozone, ou zona do Euro), falou aos repórteres que essa foi uma "decisão triste" para a Grécia."Depois de cinco meses de negociações, nossos parceiros infelizmente recorreram a uma proposta/ultimato", disse Tsipras. "Peço ao povo grego que se pronuncie sobre esse ultimato de chantagem, pedindo que aceitemos austeridade humilhante sem fim e sem perspectiva."
Depois da notícia histórica, muitos gregos correram aos bancos, supermercados e postos de gasolina na manhã de sábado para se preparar para o desconhecido. O anúncio surpreendente de Tsipras, resultado de cinco longos meses de negociações contraproducentes com os credores do país, é um momento dramático da história moderna da Grécia, que pode levar o país a dar o calote em cima de seus enormes empréstimos.Ainda não está claro como os próximos dias vão se desenrolar. Alguns protestos foram anunciados e os anarquistas jogaram coquetéis molotov em Exárchia. A certeza é de que os gregos resolveram não dar chance ao azar e tirar seu dinheiro dos bancos enquanto ainda podem."O governo grego aparentemente rejeitou nossa última proposta… essa é uma decisão triste para a Grécia, porque isso fecha a porta para futuras negociações quando a porta ainda estava aberta na minha cabeça."
Publicidade
Em fotos: Quatro anos da Grande Depressão GregaTradução: Marina Schnoor
