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St. Patrick's Gay

Antes que vocês peidem na cara da genética, geografia, religião e bom gosto enfiando perucas e tinta no rosto, eu gostaria de explicar o que o tal Patrick fez exatamente pela Irlanda.

Hoje milhões de paga-paus do Bono Vox e de leprechauns ficarão bêbados de cerveja preta pesada em honra de um pastor de ovelhas galês que fez os irlandeses virarem católicos no século V. Mas antes que vocês peidem na cara da genética, geografia, religião e bom gosto enfiando perucas e tinta no rosto, eu gostaria de explicar o que o tal Patrick fez exatamente pela Irlanda.

Você pode adorar o cara por ter estabelecido o trevo como símbolo nacional e provido quase todos os irlandeses com um prenome, mas o que ele fez, basicamente, foi estragar a festa da ilha mais animada da Europa.

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A vida antes de Pat: Uma suruba pagã.

Eu não sou historiador nem nada disso, mas tenho quase certeza que a Irlanda até o século V era uma ilha selvagem cheia de orgias, drogas psicodélicas e chuvas intermitentes. Os druidas mandavam na parada toda. Esses caras viajavam pelo território distribuindo loucura, carregando sacos de folhas selvagens, ervas e cogumelos mágicos com os quais eles alimentavam camponeses confusos. As vítimas sortudas eram obrigadas a tirar um dia de folga de suas labutas rotineiras no campo e gastá-lo subindo em barras neon de acessos psicodélicos, os druidas brincalhões também tinham o poder de deixar as pessoas invisíveis temporariamente recitando poemas específicos em seus ouvidos. Eles também andavam por aí com cobras de estimação, tipo um cartão de visitas venenoso, e louvavam alguém chamado Brigid que era a deusa do fogo e da fertilidade. Sob os olhares de Brigid, jovens passavam a primeira semana inteira de maio trepando, porque engravidar no começo de maio era sinal de boa sorte. Isso não quer dizer que o pessoal não curtia o resto do ano, só pra deixar claro que maio era meio que a liquidação de janeiro do sexo da Idade das Trevas.

Vida depois de Pat: Um parque de diversões pervertido deprimido.

A Irlanda depois do século V era uma concha domesticada de frustrações sexuais, bispos bravos e chuvas intermitentes – já que a primeira coisa que o adorado Patrick fez foi se livrar dos druidas. Reza a lenda que ele deu cabo das cobras, mas isso é só uma maneira simbólica de acobertar a limpeza étnica dos donos da festa na ilha. O Patrick também rebaixou a deusa Brigid para Santa Brigit, que é a mesma coisa que começar trabalhando como um CEO e terminar como faxineiro. A única coisa que o Cristianismo, e sua subsequente aquisição agressiva pelo Catolicismo Romano, fizeram pela Irlanda, foi despejar sofrimento. As orgias secaram e todo mundo voltou a arar o campo e passar fome, sem nenhum portal psicodélico para aliviar a miséria.

Claro, a Irlanda avançou tecnologicamente ao longo dos séculos seguintes, desenvolvendo infra-estrutura, modernidade e uma pancada de aparelhos eletrônicos brancos de banheiro. Mas não há número de escovas de dentes elétricas suficiente para compensar o fato de que os meus ancestrais, centenas de anos atrás, faziam muito mais sexo – e muito melhor – do que eu poderia sonhar na minha vida inteira. Sem forçar a barra, mas sem o Pat, seus seminários e sua castidade, seria bem improvável que a Irlanda tivesse abusado de tantas crianças tementes a Deus.

Curtam sua festa careta, pervertidos.