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Música

Polysom fala sobre o mercado de vinil no Brasil no Record Store Day

João Augusto, diretor executivo da empresa, levantará números de vendas e fabricação no evento que acontece no MIS nesse sábado (22).
Foto do Pixabay.

O auê da "volta do vinil" na mídia parece até ter passado um tanto desde seu auge em 2015, mas os números das bolachas continuam a crescer mundialmente. Segundo o relatório de fim de ano da Nielsen, as vendas de LPs nos Estados Unidos aumentaram pela décima primeira vez consecutiva em 2016. No Brasil, esses números são difíceis de determinar, mas o surgimento de uma nova fábrica e as movimentações em selos nos levam a acreditar que o mercado de vinil também anda agitado por aqui.

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Nesse contexto, o Museu da Imagem e do Som realiza nesse sábado (22) a terceira edição do Record Store Day no Brasil, que em 2017 completa dez anos de existência mundialmente. Além de uma feira de discos, vendas de vitrolas e oficinas de DJ, o evento conta com palestras e rodas de conversas com grandes nomes da indústria fonográfica — entre eles João Augusto, proprietário da (até o momento) única fábrica de discos de vinil no Brasil, a Polysom.

A palestra tratará da história e particularidades da fabricação de LPs no Brasil — em que a Polysom, que abriu as portas em 1999, foi desativada em 2007 e, em 2009, comprada pela Deck Disc e reaberta, figura como protagonista. "[Vou] contar a história dessa reabertura, o que a gente passou até começar a produzir vinil de qualidade — eu tive que viajar o mundo inteiro pra ver como que é, me inteirei muito de movimento e de como se fazia um vinil, da parte industrial mesmo — e também de como anda o vinil no mundo hoje, tanto em números de vendas quanto de fabricação", diz João.

Desde que foi reativada, a aparente principal força motriz da fábrica tem sido a série Clássicos em Vinil, que só em 2016, relançou em LP álbuns como Clube da EsquinaTudo Foi Feito pelo Sol dos Mutantes e os álbuns homônimos de Tim Maia. São hoje mais de 70 discos clássicos lançados. Segundo João, porém, o sucesso não se reflete nos números. "A rentabilidade [dos Clássicos] é muito baixa. Pagamos valores de direitos autorais muito altos", destaca o CEO, que conta que o lançamento dos clássicos é importante por seu apelo midiático.

João acredita, porém, que a Polysom deu uma nova força aos LPs no país. "Há 20 anos não tinha fabricação no Brasil, então os poucos vinil que você via aqui eram importados, ou feitos à mão. Hoje, com a fábrica no Brasil fabricando 150 mil discos por ano, já há um mercado que foi causado pela Polysom."

A palestra do João acontecerá no sábado às 17h. Veja o restante da programação do Record Store Day no site do MIS.