O coronavírus está matando povos indígenas isolados numa taxa alarmante

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Matéria originalmente publicada pela VICE EUA.

O COVID-19 está afetando a população indígena duas vezes mais que o resto dos brasileiros, com uma taxa de mortalidade de mais de 12%.

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A estatística chocante veio do grupo Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que está rastreando o número de casos e mortes entre a população indígena de 900 mil pessoas.

Segundo os últimos números da APIB, 125 indígenas morreram de coronavírus, de 980 casos confirmados. A taxa de mortalidade de 12,4% é quase o dobro da taxa nacional de 6,4%.

“O vírus está chegando a territórios indígenas do Brasil numa velocidade assustadora”, disse a APIB numa declaração na sexta-feira, apontando que 40 dos 300 grupos indígenas brasileiros provavelmente já estão infectados.

Médicos estão tentando chegar até as comunidades vivendo em partes isoladas da floresta, usando aviões de evacuação.

“O número de pacientes com COVID-19 aumentou muito”, disse Edson Santos, pediatra, a Reuters. “Estamos usando mais aviões [sobrevoando os rios]; é a última oportunidade de salvar vidas lá.”

Mas críticos estão atacando a resposta do governo para a crise crescente entre povos indígenas.

A FUNAI, Fundação Nacional do Índio responsável para proteção dos povos nativos, “dificilmente está fazendo qualquer resposta coordenada para uma crise que pode dizimar grupos étnicos”, disseram quatro pessoas que trabalham com comunidades indígenas a AP semana passada.

O Brasil agora é o segundo país mais atingido, registrando mais de 22 mil mortes e mais de 360 mil casos até agora. Mas muitos especialistas acreditam que a falta de testes pode significar que os números reais são até 15 vezes maiores que o registrado.

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No domingo a Casa Branca anunciou que vai impor restrições de viagens para pessoas vindo de países da América Latina. As restrições, que vão impedir a entrada de não-americanos que estiveram no Brasil nas últimas duas semanas de entrar nos EUA, entram em vigor no dia 28 de maio.

A notícia foi um golpe para Bolsonaro, que, como Trump, vem subestimando a ameaça do coronavírus, defendendo drogas de eficácia não-comprovada como a cloroquina, e pressionando para que a economia do país reabra.

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Imagem do topo: Uma mulher usando máscara chora no enterro do Chefe Messias Martins Moreira, 53 anos, da etnia Kokama, que morreu de COVID-19, no Parque das Tribos em Manaus, Amazonas. 14 de maio de 2020. (AP Photo / Edmar Barros)

Nota do editor: de acordo com o último boletim liberado pelo Ministério da Saúde, o número atualizado é de 411.821 casos confirmados e 25.598 mortes causadas pela covid-19.

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