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O estilo afropunk na moda de Joanesburgo

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Pelo segundo ano consecutivo, o festival de música e cultura Afropunk chegou a Joanesburgo, África do Sul, para deixar sua impressão final em 2018. Depois de passar por Brooklyn, Londres, Paris e Atlanta, o Afropunk Joburg aconteceu no histórico Constitution Hill, uma antiga prisão que já abrigou prisioneiros políticos como o ex-presidente Nelson Mandela e o político anti-apartheid Oliver Tambo. Durante dois dias, bandas como The Internet, Kaytranada e Flying Lotus subiram ao palco, além de astros sul-africanos como Thandiswa, Kwesta e Moonchild Sanelly. Fora dos palcos, o Afropunk contou com uma mistura eclética de pessoas estilosas e com consciência social de todo o país, que como outros fãs do Afropunk pelo mundo, se juntaram no espírito de ativismo interseccional e celebração da cultura negra. Os frequentadores do festival novamente tiveram que encarar tempestades esporádicas e campos enlameados, mas ainda conseguiram mostrar todo o sabor sartorial pelo qual a cidade é conhecida. O fotógrafo de Joanesburgo Andile Buka se juntou a i-D para capturar essa turma.

Ashleigh de Gee (Red Robyn), 23 anos. Durban

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O que você faz? Música. Quem você mais queria ver no Afropunk? The Internet. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria saber? Red Robyn está tocando no Afropunk, ganhamos a batalha de bandas.

Thato, 22 anos, e Jack, 24, Freedom Park, Joanesburgo

O que vocês fazem? Somo estilistas da @glookwear. Quem vocês mais queriam ver no Afropunk? YoungstaCPT. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria saber? Tem um movimento novo chamado Jozi International, que é o futuro. Esperamos inspirar todo mundo na África do Sul.

Lebo Adhiambo Molefe e Audrey Ndomba Seitshiro, 32 anos, Joanesburgo

O que vocês fazem? Somos estilistas do @adhiambondomba. Quem vocês mais queriam ver no Afropunk? Kaytranada e Thandiswa Mazwai. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria saber? Uma das coisas, que na verdade é bem triste, é a situação da saúde. Achamos que o HIV foi resolvido agora com os ARVs e tudo mais. Mas ainda há muito que precisa ser feito quando se trata de HIV. Os africanos precisam se envolver com pesquisas e precisamos nos informar porque esse é o grupo que está sendo afetado. Às vezes acho que há falta de informação porque tudo, os panfletos, matérias de jornal, estão em inglês. Isso não chega até as pessoas comuns nas ruas.

Neo Masole e Nkcubeko Balani, 22 anos, Joanesburgo e Cidade do Cabo

O que vocês fazem? Somos artistas. Quem vocês mais queriam ver no Afropunk? FAKA e Moonchild Sanelly. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria ficar sabendo? É importante que as revistas internacionais entrem em contato com as pessoas negras e pardas que trabalham aqui em Joanesburgo. É importante que essas vozes sejam ouvidas e amplificadas, porque muitas vezes elas estão no underground e não são representadas na África do Sul por causa dessa dinâmica racial estranha.

Khulekani Mayisa, 23 anos, Joanesburgo

O que você faz? Sou cineasta. Quem você mais queria ver no Afropunk? FAKA e Flying Lotus. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria ficar sabendo? Adoro o fato de que há um movimento de pessoas que pararam de pedir um lugar na mesa. Elas estão começando suas próprias organizações e movimentos inteiros em vez de esperar serem convidados para festivais de cinema. Pode ser algo pequeno agora, mas está crescendo, e em alguns anos será uma coisa muito incrível.

Thobile Nhlapo, 26 anos, Thabang Modupo, 25, e Nhlanhla Nxumalo, 18, Kenpton Park, Gauteng

O que vocês fazem? Somos artistas. Quem vocês mais queriam ver no Afropunk? Kaytranada, The Internet, Kwesta e Flying Lotus. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria saber? Na moda de rua, agora está acontecendo uma colaboração entre a Coca-Cola e estilistas locais como Rich Mnisi e S.G.O.D. Além disso, tem o Rage in the City em janeiro. É um festival de música que vai acontecer em Joanesburgo.

Sisifo Mahlangu, 28 anos, Joanesburgo

O que você faz? Sou editor de moda. Quem você mais queria ver no Afropunk? Kaytranada, Moonchild, The Internet e Phuzekhemisi. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria ficar sabendo? A diversidade como as pessoas estão usando suas culturas para criar novos conteúdos.

Nolita Mankayi, 39 anos, Queenstown, Cabo Oriental

O que você faz? Sou foodie. Quem você mais queria ver no Afropunk? Thandiswa Mazwai. O que está acontecendo em Joanesburgo que todo mundo deveria ficar sabendo? Em agosto teve um movimento de que participei chamado Total Shutdown. Foi um grande movimento onde as mulheres se juntaram para que todas fossem ouvidas, inclusive pelo governo, para garantir que nossos direitos e os direitos das crianças sejam respeitados.

Glow Makatsi, 25 anos, Joanesburgo

O que você faz? Sou artista. Quem você mais queria ver no Afropunk? Meus amigos do FAKA, Flying Lotus e Trompies. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria ficar sabendo? Há muitas festas queercêntricas acontecendo, em espaços seguros para pessoas queer.

Lebo, 25 anos

O que você faz? Sou estilista. Quem você mais queria ver no Afropunk? BBZ, porque faço o figurino deles. O que está acontecendo em Joanesburgo agora que todo mundo deveria ficar sabendo? Procure criativos locais que estão realmente criando algo para um propósito. Isso vai além de criar por dinheiro ou reconhecimento, agora estamos criando com um propósito.

Karabo Harry, 33 anos, Melrose, Joanesburgo

Quem você mais queria ver no Afropunk? The Internet, Kaytranada, FAKA e Flying Lotus. O que está acontecendo agora em Joanesburgo que todo mundo deveria ficar sabendo? Paz, beleza e expressionismo.

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