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Em meados de Fevereiro, um grupo de músicos internacionais juntou-se numa estância de esqui de uma pequena cidade na Noruega, para preparar um concerto. Mas, em vez de afinarem os instrumentos e ensaiarem num ambiente quente e seco, tiveram de esperar que escultores criassem os seus instrumentos com moto-serras e outras ferramentas, a partir de blocos de água gelada.
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Assim começou a 12ª edição do “Ice Music Festival”, o único evento no Mundo em que se celebram as imprevisíveis melodias produzidas por instrumentos feitos de gelo. O Festival realiza-se na cidade de Geilo, surgiu da mente de Terjle Isungset, um conhecido percussionista norueguês.
A ideia de “música de gelo” – um conceito que Terjle garante, orgulhosamente, ter inventado – teve origem quando, em 1999, o músico deu um concerto debaixo de uma cascata gelada. “Decidi usar elementos da cascata. Tentámos utilizar um bocadinho de gelo e foi um êxito absoluto. Foi incrivelmente bonito”, conta.
Desde então, Isungset já gravou vários discos de música de gelo e, este ano, reuniu um número considerável de músicos e escultores de gelo para participarem no Festival que criou em 2006. Muitas das músicas tocadas no evento eram assustadoramente belas, mas por vezes difíceis de acompanhar. Por causa do calor humano, os instrumentos vão derretendo e o som pode mudar consideravelmente ao longo de um concerto de 30 minutos.
A própria temperatura do ambiente exterior e a pureza do gelo também afectam a música. Por isso, alguns dos músicos passavam metade do espectáculo a tentar perceber como podiam tocar o seu instrumento, até porque a maioria deles não podia ser tocada antes de subirem ao palco, de forma a não derreter prematuramente.
Houve, portanto, alguns momentos em que a música não chegou a soar propriamente bem, mas o objectivo do público – cerca de mil e 500 pessoas – também não era ouvir peças tocadas na perfeição. Ver os instrumentos em si, magníficos e construídos nos dias e horas anteriores ao evento era, muitas das vezes, a atracção principal.