No dia 25 de março, um domingo, cinco jovens de 16 a 20 anos foram mortos em Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro. Sávio de Oliveira, de 20 anos, Matheus Bittencourt, de 18, Marco Jhonata, de 17, Matheus Baraúna, de 16, e Patrick da Silva Diniz, de 19, foram alvejados com tiros na cabeça. A suspeita, desde o começo, era de que os crimes haviam sido praticados por milicianos.
A execução dos jovens aconteceu no mesmo fim de semana em que uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro deixou oito mortos na Rocinha, e apenas algumas semanas depois do assassinato da vereadora Marielle Franco, voz ativa contra a intervenção militar no Rio. Segundo o G1, o RJ tem quatro mortes por dia em decorrência da intervenção – o número mais que dobrou em cinco anos.
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antes dos jovens de Maricá se tornarem vítimas, eram importantes agentes de disseminação de cultura no município. Eles voltavam de um show do Projota quando foram assassinados e faziam parte da Roda de Rima, entre outros projetos sociais de hip hop. Sávio tinha, em dupla com um amigo, um grupo de rap e a gravadora 7G Records. O jovem tinha o sonho de montar uma escola de rimas para crianças.
Depois dos assassinatos, a VICE foi a Maricá conversar com membros do grupo, produtores culturais, amigos e conhecidos dos jovens sobre as perdas, literais e simbólicas, pelas suas mortes no vídeo que você assiste acima. Alguns meses depois, a apresentadora Mari Bernardes conversou com a delegada titular Bárbara Lomba, da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) para entender melhor o caso.
A esse ponto da apuração, um suspeito de envolvimento nos assassinatos, João Paulo Firmino, já estava preso. Segundo investigações, Firmino era ligado à milícia e estava sozinho no momento do crime. Nessa segunda (24), a polícia cumpriu mais um mandado de prisão contra o suspeito como parte das Operações Gerais, que têm como objetivo desarticular milícias que atuam em Maricá e São Gonçalo.
Sávio, Matheus, Marco, Matheus e Patrick não são vítimas isoladas. Segundo o Atlas da Violência de 2018, 71,5% das pessoas que foram assassinadas no Brasil em 2016 eram negras – desse número, a grande maioria são jovens. O número aumentou em 23,1% nos últimos 10 anos.
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