Em 2004, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira tentou entrar na Indonésia com 13,4 kg de cocaína nos tubos de uma asa-delta. Desde então, está preso no país. Ontem à noite, soube que será executado. Mais especificamente, seu fuzilamento está agendado para esse sábado.
Dois pedidos de clemência (o máximo para quem é sentenciado a morte no país) foram negados pelo governo linha dura comandado por Jokowi, como é conhecido o presidente. O último foi em 31 de dezembro.
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Agora, a única coisa que pode ser feita para evitar a morte de Marco é uma interferência da presidente Dilma Rousseff. Por e-mail, o Itamaraty informou à VICE que “o governo brasileiro continua mobilizado, acompanhando estreitamente o caso e avalia todas as possibilidades de ação ainda abertas”.
No ano passado, Joko Widodo assumiu a presidência do quarto país mais populoso do mundo, antecipando que seu governo teria tolerância zero com traficantes – e contou com total apoio da população, em sua maioria muçulmana. Jokowi é um homem do povo, de origens simples, com quem as pessoas gostam de posar para fotos, e há tempos trava uma verdadeira batalha contra o tráfico de drogas. Quando assumiu o governo da cidade de Jacarta, em 2012, ajudou a reduziu os problemas relacionados ao tema e fez uma caralhada de coisas pelo município. Inclusive, temos uma matéria que discorre sobre esses feitos e também sobre a paixão do presidente pelo Metallica (de brinde, você vê uma foto dele com a camiseta do Napalm Death).
O brasileiro Marco não tem filhos. Seus pais morreram. Antes de ser apenas um algarismo a preencher a lista de presos na Indonésia, era instrutor de voo livre. Diz ter se arrependido do que fez. Caso sua sentença de morte não seja revogada, ele irá inaugurar uma nova lista: será o primeiro ocidental condenado à pena morte e executado na Indonésia.
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