Tecnología

O Plano Para Trazer de Volta Animais Extintos sem Usar Clonagem

Pense em desextinção. Após o flash de Jurassic Park, o que virá à mente provavelmente será o mamute-lanoso. Depois da descoberta de carcaças bem preservadas de animais selvagens, em 2013, o potencial para usar DNA para clonar espécies extintas, embora ainda distante, parece não ser mais fruto apenas de ficção científica.

Mas mamutes não são a única opção de reintrodução de animais que morreram há muito tempo. A revista Modern Farmer tem uma história incrível sobre a tentativa e trazer de volta espécies antigas de auroques, um tipo de gado que não existe só em Game of Thrones, mas também na Europa, Ásia e Norte da África – ou pelo menos existia, antes de entrar em extinção em 1627.

Videos by VICE

Em seu artigo, Kristan Lawson explica que diversas equipes estão tentando trazer de volta bovinos antigos, numa tentativa de “recuperação da natureza selvagem”. A questão não é ressuscitar uma espécie incrível, fascinante, só porque seria legal ter os animais por perto (embora seria mesmo), mas promover uma biodiversidade que se perdeu à medida que certos animais, predadores em particular, morreram.

Uma equipe que busca trazer os auroques de volta, a Fundação Taurus, contou à Modern Farmer que “começamos a iniciativa porque grandes hordas de herbívoros de pastejo são necessárias para preservar campos abertos e a biodiversidade da Europa”.

Pintura rupestre de uma criatura semelhante a um auroque. Créditos: Wikimedia/Prof saxx

Outros animais que foram escalados para a recuperação da natureza selvagem incluem linces, extintos na Grã-Bretanha há centenas, se não milhares, de anos, mas que uma instituição na Escócia está tentando reintroduzir. Esse tipo de “desextinção” localizada não envolve o tipo de clonagem que Michael Crichton faria você imaginar: o lince não está extinto em todo lugar, precisaria apenas de uma realocação.

Da mesma forma, a organização Rewilding Europe, sediada na Holanda, busca reintroduzir no continente espécies existentes, como lobos, bisões, ursos e chacais, além de tentar trazer os auroques de volta.

Auroques são mais complicados, claro, visto que estão extintos no mundo inteiro. Além disso, não dá para simplesmente clonar um auroque, porque não há nada para clonar – não temos tecido mole preservado. Portanto, entusiastas estão tentando se aproximar o máximo possível de um auroque, seja por reprodução híbrida entre diferentes raças de bois, não extintas, ou brincando com o DNA antigo que pode estar preservado em genes de espécies vivas, para descobrir que material genético tem parentesco com as características dos auroques.

Um pombo-passageiro em cativeiro. Créditos: Wikimedia/ J G Hubbard

Essa não é a única tentativa de ressuscitar um animal extinto por meio de seus descendentes. Aliás, um plano para trazer o mamute de volta rejeita a clonagem direta para, no lugar, inserir alguns genes de mamute em elefantes modernos, criando um híbrido.

O mesmo acontece com a tentativa de reviver o pombo-passageiro, que soltou seu último respiro quase 100 anos atrás. Além da clonagem direta, pesquisadores estão considerando formas de alterar os genomas de espécies vivas de pombos, para deixá-los mais parecidos com os passageiros, em vez de gerar xérox idênticas.

E convenhamos, nessa busca pela biodiversidade, talvez não precisemos nos aproximar mais do que isso das espécies extintas.

Tradução: Stephanie Fernandes

Thank for your puchase!
You have successfully purchased.