O senso comum, os pais, os sogros, os apresentadores de telejornais, os colegas da firma e até mesmo os funcionários do metrô dizem que estudar é fundamental para conseguir boa pontuação no Enem. E não é só estudar: é estar por horas a fio na sala de aula do cursinho preparatório, passar fins de semana trancado no quarto sem sequer perceber o dia amanhecer ou ver o pôr-do-sol, abrir mão da vida social e dormir sobre cadernos e apostilas. Se os óculos ficarem tortos por causa disso é detalhe.
Ainda assim, há uma galera que não leva essas recomendações ao pé da letra e decide recorrer a métodos menos convencionais para estudar ou buscar concentração para o exame. E, para desespero daqueles tios tradicionais e conservadores, daqueles que parecem entrar em “erro 404” quando se deparam com novidades, essas alternativas têm se mostrado eficazes.
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Pois bem, você já pensou em meditar para manter a concentração e evitar o desespero nos meses anteriores ao Enem ou no dia da prova? Ou recorrer a cursos online para estudar e ter preparação que não deve em absolutamente nada a métodos convencionais?
Acompanhe a seguir as histórias da arte-educadora Hannah Ferreira e do auxiliar administrativo Daniel Pereira Ribeiro, que têm muito para falar a respeito.
Respire fundo e faça o seu melhor
Dizer que a preparação de Hannah não teve nada tradicional é equivocado. Os estudos da jovem para a sua primeira edição do Enem, em 2008, foram feitos em conjunto com as amigas. Claro, cada uma foi descobrindo o próprio ritmo de estudos e dificuldades temáticas conforme estudavam, além de se ajudarem uma a outra.
“Nós nos matriculamos em um cursinho pré-universitário e nos deram uma apostila sobre operações matemáticas simples para estudar nas férias. Eu me lembro de que havia um gabarito com resposta. Então, quem conseguisse fazer as contas ajudava as demais”, diz Hannah. Desse jeito, chegaram afiadas ao cursinho.
“Foi muito mais fácil pegar o ritmo do cursinho após o grupo de estudos. Por mais que não tivéssemos conseguido assimilar muito conteúdo, aprendemos a estudar e isso foi um ganho. Fora que estudar não é só decorar matérias e isso ficou claro com o grupo, pois procurávamos entender os conteúdos verdadeiramente. Isso foi uma sacada pro Enem, que é uma prova baseada em interpretação de texto”, detalha a jovem.
Em princípio, o “projeto vestibular” havia sido bem sucedido, pois Hannah conseguiu uma vaga num curso Filosofia. No entanto, ela largou a graduação oito meses depois, quando se deu conta que queria seguir outro caminho. Voltar à cadeira de vestibulando era inevitável.
Só que o tempo não tornou proibitivo continuar estudando no mesmo ritmo – ela já havia começado a trabalhar. Só havia um caminho: confiar no conhecimento acumulado até então e ficar calma o suficiente para se dar bem no Enem. Para Hannah, isso significou investir em meditação.
“Meditar me ajudou muito nesses meses, quando batia o desespero e vontade de correr para os livros se eu achasse que havia esquecido algo: eu tomava o meu tempo, ficava serena e fazia simulados online, que acabaram funcionando como revisão dos conteúdos”, relata. Virou rotina, sempre que possível, ela sentava em um canto tranquilo, fechava os olhos e se concentrava na respiração durante minutos. “É uma delícia perceber a ansiedade e os pensamentos negativos irem embora.”
No dia de exame, ela repetiu o ritual. Depois de terminar as questões de múltipla escolha, ela pediu para ir ao banheiro. Lá, sentou no chão e tirou o tempo necessário para meditar. Você pode até achar anti-higiênico, mas Hannah conta que isso foi decisivo para que ela fizesse a redação. Deu certo: “fiquei meio ponto abaixo da pontuação máxima na redação”.
Preparação online
Assim como Hannah, o auxiliar administrativo Daniel Pereira Ribeiro também tem a experiência de seguir o roteiro tradicional de estudos com sucesso. Daniel passou por uma série de cursinhos, formou uma base sólida de conhecimentos e entrou num curso de Enfermagem.
No entanto, quando pensou bem sobre a escolha, percebeu que o que mesmo era Medicina. “Trabalho em um hospital e convivo com médicos e enfermeiros diariamente. Isso foi fundamental para alicerçar a minha escolha”, conta ele. Nesse jogo de um passo para trás para poder dar dois para frente, Daniel encontrou o mesmo obstáculo que Hannah: falta de tempo para continuar os estudos.
Como a rotina do hospital impede que ele faça um cursinho tradicional, a alternativa foi optar por uma plataforma que oferece aulas online. “Eu me apaixonei pelo curso. Há uma organização e plano de estudos maravilhosos, com banca de correção de redações rigorosa”, diz Daniel. Para ele, o cursinho virtual não deixa nada a perder para o tradicional.
Ainda assim, o lado humano tem peso importante na preparação. “Tenho uma amiga também que é vestibulanda e fez cursinho comigo. Tiramos dúvidas um do outro e estamos sempre dando apoio, puxando a orelha quando um de nós procrastina ou está desanimado”, completa o jovem.
Com técnicas milenares ou com ajuda de tecnologia, mesmo estratégias inesperadas podem levar ao sucesso no Enem.
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