O presidente venezuelano Nicolás Maduro e vários membros de alto escalão do governo do país foram acusados de tráfico de drogas, armas e narcoterrorismo nos EUA na quinta-feira, segundo um documento não selado do Departamento de Justiça.
Numa entrevista coletiva transmitida ao vivo, o procurador-geral William Barr, ladeado por dois procuradores federais em Nova York e na Flórida, anunciaram as acusações contra o “ex-regime de Maduro”.
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Além de Maduro, os EUA acusou o chefe do Supremo Tribunal, o líder da Assembleia Constituinte e ex-líderes do exército venezuelano.
Dois membros do grupo rebelde colombiano FARC também foram acusados.
“Por mais de 20 anos, Maduro e vários colegas de alto escalão supostamente conspiraram com as FARC, fazendo toneladas de cocaína entrarem e devastarem comunidades americanas”, disse Barr. “O anúncio de hoje é focado em arrancar pela raiz a extensa corrupção dentro do governo venezuelano – um sistema construído e controlado para enriquecer aqueles nas mais altas posições do governo.”
Os EUA reconhece o golpista líder da oposição, Juan Guiadó, um membro da Assembleia Constituinte, como o presidente do país. No começo do mês, Guaidó acusou o governo de Maduro de tentar assassiná-lo.
O Departamento de Estado dos EUA está oferecendo US$ 15 milhões por informações que levem à prisão e condenação de Maduro, além de recompensas menores de US$ 10 milhões e US$ 5 milhões para os supostos conspiradores de Maduro.
“Enquanto Maduro e outros membros de cartel tinham altos títulos de liderança na política e exército da Venezuela, a conduta descrita na acusação era ilegal e não visava servir o povo venezuelano”, disse o procurador dos EUA Jeff Berman. “Como alegado, os acusados traíram o povo venezuelano e corromperam as instituições do país para encher os bolsos com dinheiro de drogas.”
Quando perguntaram se ele esperava que Maduro visse o interior de uma prisão americana, Barr disse que “esperava eventualmente” trazer Maduro e seus supostos conspiradores em custódia, e vai “explorar todas as opções”.
“Esperamos que a população venezuelana veja o que está acontecendo, e tente retomar o controle de seu país”, disse Barr.
Matéria originalmente publicada na VICE EUA.
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