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Os momentos mais vergonha alheia da ‘entrevista’ de Travis Scott com Kylie Jenner

Travis Scott and Kylie Jenner

Todo mundo quer saber como as celebridades realmente são – como elas pensam, falam e agem quando as câmeras são desligadas, o gravador é colocado de lado, e elas abaixam sua guarda, quando elas podem se comportar como seres humanos em vez de máquinas altamente treinadas em relações-públicas. A menos que você também seja incrivelmente rico e famoso, não tem a menor chance de um dia ver esse lado de um astro – que era o que tornava a ideia da nova matéria de capa da Playboy americana tão interessante. Travis Scott entrevistou Kylie Jenner para o que a revista prometia ser “um vislumbre íntimo da vida da magnata de 22 anos”.

Infelizmente, a entrevista acabou parecendo uma conversa entre dois robôs, traduzida pelo Google para outra língua e cuidadosamente editada para ser o mais desinteressante – ou visceralmente desconfortável – possível.

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A “entrevista” é formada por “perguntas” que não vão nem remotamente dar um “vislumbre íntimo” de qualquer coisa. Por exemplo:

SCOTT: Eu diria que você ultrapassou limites como uma celebridade que também é uma magnata. Você concorda?

JENNER: Sim, mas ainda tenho um longo caminho pela frente. Mas tenho muito orgulho das coisas que conquistei e pelas quais dei duro.

Ou: essa é uma pergunta Normal e Humana, feita de um jeito Normal e Humano.

SCOTT: Parece que você ainda não terminou de expandir sua marca. Ouvi você falando disso outro dia. Você estava falando sobre vinhos e roupas de cama?

E também:

SCOTT: Quando preciso analisar novas ideias com alguém, sempre sei que posso te procurar. Você se sente do mesmo jeito sobre mim?

JENNER: Com certeza, sempre te procuro!

Fascinante, bicho!

Lá pela metade da entrevista, as coisas vão descambando pro insuportáveis e você pensa “Deus, me mata, coloque um fim nessa vergonha alheia que atormenta até meus ossos”, quando Scott e Jenner começam a falar sobre “aquilo”. Se prepara:

SCOTT: Muita gente diz que ter um bebê pode prejudicar sua vida sexual, mas sinto que isso é o oposto da nossa experiência.

JENNER: Sim, sinto que provamos que esse rumor está errado. [risos]

Em outras palavras: A gente transa – e é ótimo! Hahá!

SCOTT: E o jeito como você abraça sua sexualidade não mudou com a maternidade. Você sente que te empodero para ser dona da sua identidade e sexualidade como mãe?

JENNER: Você me lembra que maternidade e sexualidade podem coexistir, e só porque você abraça sua sexualidade não significa que você perde a moral ou não é uma boa mãe. Você pode ser sexy e ainda ser uma mãe foda.

Você sente que te empodero para ser dona da sua identidade e sexualidade como mãe: imagina essas palavras saindo da sua boca?!?

Nem sei o que dizer sobre a próxima parte porque – não importa quantas vezes leio – não consigo tirar um sentido disso no meu cérebro que, nesse ponto, já virou mingau.

SCOTT: No seu Instagram, você falou recentemente sobre autocuidado e admitiu que a imagem que você apresenta ao mundo é só um arranhão na superfície. O que te fez querer escrever isso e como esse conselho chegou a você?

JENNER: Adoro escrever e juntar palavras, então quando abordo minhas emoções, eu estava só fazendo anotações e mandei para minha melhor amiga e disse “Acabei de escrever isso. Você acha que devo colocar como legenda?” E ela disse: “Eu chorei aqui . Você precisa postar”. Então ela meio que me encorajou a postar. Escrever ajuda a me sentir melhor e me expressar.

Então, esse aparentemente é o retrato mais íntimo que vamos ter da bilionária mais jovem do mundo. É o melhor que vamos conseguir. Hora de sair da internet e nunca mais voltar.

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