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Seu gato pensa que você é tipo o pai ou mãe dele, sugere estudo

Um novo estudo descobriu que gatos formam laços com seus humanos de maneira similar a bebês e cachorros.
MS
Traduzido por Marina Schnoor
Madalena Maltez
Traduzido por Madalena Maltez
Your Cat Thinks of You Like a Parent, Study Suggests
Imagem: Getty.

Esse é um papo frequente no meu apartamento, e tenho certeza que em muitas casas com animais de estimação: Depois que um dos nossos gatos faz algo especialmente fofo, um dos meus colegas ou eu mesmo digo em voz alta: “Será que eles pensam que somos pais deles?”

As barreiras da comunicação entre espécies tornam essa questão impossível de responder para nossos amigos felinos, por mais que eles tentem demonstrar sua afeição nos dando cabeçadinhas ou lambidas. Mas um novo estudo publicado na segunda-feira na Current Biology tem algumas descobertas promissoras. Segundo pesquisadores da Oregon State University, gatos demonstraram estilos de laços distintos com seus humanos de maneira similar a cachorros e bebês num experimento.

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O que isso significa é que gatos, longe de serem criaturas inescrutáveis e desinteressadas como às vezes são retratados, na verdade podem formar um relacionamento único e significativo com seus donos.

Como explicado no estudo, os pesquisadores realizaram um teste de ligação que vem sendo usado em primatas e cães, combinado com critérios de mensuração de afetos já usados na literatura científica sobre o comportamento infantil humano. Esse teste foi realizado com 70 filhotes de gatos, que eram colocados numa sala com seus cuidadores por dois minutos, depois deixados sozinhos por dois minutos, aí reunidos com os donos. Os pesquisadores observaram o comportamento dos gatos e os organizaram em graus de afetos familiares comparáveis aos de bebês e cachorros: seguro, ambivalente, esquivo ou desorganizado.

O estudo relatou que mais de 60% dos gatos mostraram um grau de ligação "seguro", o que significa que eles ficavam perturbados quando os donos deixavam a sala, mas demonstravam um equilíbrio saudável de afeto e exploração quando eles voltavam. Cerca de 30% mostraram um grau "inseguro", o que significa que eles continuavam estressados depois de reunião e até demonstravam graus excessivos de contato, esquiva ou uma mistura desorganizada deles. Segundo o estudo, a divisão entre os graus de afetos entre " seguro" e " inseguro" foi similar ao encontrado na literatura científica sobre comportamento infantil.

Essas descobertas seguiram relativamente consistentes mesmo num teste de acompanhamento dois meses depois, e em gatos adultos quando o experimento foi feito com 38 gatos com mais de um ano de idade.

Segundo o estudo, a cognição social dos cães recebe muito mais interesse de pesquisa que dos gatos, e podemos estar subestimando os felinos. Enquanto esses estudos precisam ser considerado com um certo ceticismo (eu observo gatos todo dia), eu já disse antes e vou dizer de novo: gatos são legais, OK, e a ciência está lentamente provando isso.

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