Passei um Mês Saindo com ‘Sugar Mamas’ e Não Faria Isso de Novo

Não é uma das mulheres desta matéria. Foto via usuário do Flickr Phil Galdys.

Eu estava deitado na cama no verão passado quando tive o desejo súbito de fazer algo novo. Depois de reinstalar o Tinder no meu celular – que eu removi depois de foder com todos os meus matches spameando letras do Drake – e refazer meu perfil, eu tinha de fazer uma escolha: qual a faixa etária de mulheres em quem eu estava interessado?

Deslizando despreocupadamente para a direita, coloquei o limite em 50 anos e comecei a passar pelos outros perfis. Acabei ficando entediado, meu dedo começou a doer e eu caí no sono. Na manhã seguinte, acordei com uma vibração, depois outra e mais outra. Abrindo o aplicativo, percebi que eu tinha acumulado uns dez matches – muitos de mulheres “maduras” –, e isso me deu uma ideia: eu ia tentar ser paparicado com jantares e drinques por mulheres mais velhas sem ir embora logo depois de ter enchido o bucho.

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A perspectiva de sair com coroas sensuais é uma fantasia da maioria dos homens héteros na adolescência, mas arranjar uma “sugar mama” é algo diferente. Desistir das rédeas e mostrar alguma vulnerabilidade como um homem cheio de machismo é um passo além de simplesmente assistir a um vídeo da categoria MILF no Pornhub. É um comprometimento com um estilo de vida diferente e um novo jeito de ser tratado. Isso era um experimento que eu precisava tentar para saber se a coisa real fazia jus ao hype.

Na noite segunda, fiz um anúncio no Craigslist procurando mulheres mais velhas e uma conta num site de namoro cougar:

“Universitário de 19 anos trabalhando na mídia. Sou um livro aberto e estou disposto a quase tudo”, escrevi na minha bio, junto com alguns detalhes da aparência (que não é horrível) e meu status financeiro (muito horrível). “Estou procurando algo casual, porque quero aprender. Não espere nada a longo prazo, mas não espere apenas uma rapidinha também.”

Com uma foto parcialmente escurecida no meu rosto ilustrando o perfil, deixei minha conta aberta para o público. No mês seguinte, fui a vários encontros com mulheres de idades entre 35 e 48 anos em Toronto. Todas as mulheres com quem saí eram agradáveis, mas firmes – algumas mais firmes que agradáveis. Aqui estão os destaques.*

*Os nomes foram mudados.

Uma refeição chique pacas. Foto via usuário do Flickr w00kie.

Tessa, 39 anos

Tessa foi a primeira pessoa a me contatar quando coloquei meu perfil no ar. Ela falou que tinha gostado da minha sinceridade na bio e de como eu trabalhava sendo um cara tão novo. No entanto, nossas conversas digitais logo passaram para características menos profundas: como ela achava meu queixo bonito e como eu achava sua figura atlética sensual.

Como essa era minha primeira incursão no reino do namoro com mulheres ligeiramente mais novas que a minha mãe, eu realmente não sabia o que esperar e fui ao nosso encontro preparado para dar no pé se as coisas ficassem estranhas ou desconfortáveis (o que eu esperava que pudesse acontecer). Baseado nos contos de “terror” que eu tinha ouvido de amigos que tiveram encontros com pessoas muito mais velhas, eu sabia que às vezes os matches dão errado quando você descobre que a pessoa está superdesesperada por algum tipo de sexo bizarro ou te trata como carne nova no abatedouro. Eu não queria ser uma vitela.

Quando cheguei ao lugar – um restaurante italiano na parte mais da moda da cidade – dez minutos mais cedo, fiquei surpreso ao ver a Tessa já sentada à mesa, com o guardanapo no colo e a bolsa estrategicamente enfiada ao seu lado. E ela era linda também. Ela me lembrava muito a Gillian Anderson na época do Aquivo X, uma paixonite de moleque. Isso me deixou motivado para fazer essa história dar certo.

Quando me viu chegando, ela não se levantou. Ela fez contato visual estável, como se quisesse conhecer minha alma. Como sou um campeão de jogo do sério, mantive meu olhar travado no dela enquanto estendia minha mão e fazia as apresentações.

“Tudo bom?”, perguntei, e ela respondeu: “Ótima. Sente-se.” Segui as instruções dela sem questionar.

Na terminologia da comunidade cougar (puma), os caras mais novos que saem com mulheres mais velhas são “cubs” [“filhotes”]. Claro, isso é essencialmente um jeito mais simpático de dizer que a matriarca te possui, o que eu já sabia quando entrei nessa. Eu realmente estava interessado na perspectiva de ficar sob os cuidados de uma mulher mais velha de sucesso. Era uma reviravolta no estereótipo típico da interação entre homens e mulheres, e eu gosto muito de comer; então, por que não?

Depois de alguns minutos de encheção de linguiça, o gelo quebrou facilmente. Acabamos fazendo um jantar longo (US$ 75), tomando uma garrafa de vinho (US$ 30) e passamos o resto da noite passeando pela cidade ligeiramente bêbados. Meus gastos foram cobertos durante toda a noite. Tessa era uma contadora e deixou claro que não queria que eu pagasse nada. Eu finalmente argumentei que já estava achando difícil deixá-la pagar pelo jantar; por isso, ela fez uma concessão e me deixou pagar um café para ela (US$ 3) quando paramos num outro restaurante.

Quando chegou a hora de nos separarmos, ela foi muito direta comigo. Ela veio para cima de mim rapidamente, o que eu permiti sem protestar (óbvio). Pela primeira vez em muito tempo, eu realmente não fiz nada do meu lado da equação. Nos beijamos um pouco num banco do parque e nos separamos. Antes de ir embora, eu disse a ela que estava disposto a fazer isso de novo, mas depois me senti estranho quando vi as fotos dos filhos dela – ela tinha se separado do pai das crianças logo depois do nascimento delas – assim que ela me adicionou no Facebook. Nunca saímos de novo, apesar de ela ter me mandado duas mensagens perguntando seu eu queria tomar sorvete. Adoro sorvete, porém sessões de pegação com alguém com idade para ser minha mãe era um pouco estranho demais naquele ponto.

Foto via usuário do Flickr Nicolas Alejandro.

Angela, 42 anos

Logo depois do encontro com Tessa, Angela entrou em contato comigo através do anúncio no Craigslist com um e-mail dizendo “Te pago o jantar, mas você está disposto a transar? Não estou interessada se a resposta for não”. Eu não sabia exatamente o que responder. Não havia uma foto dela, eu não sabia quem ela era e o único detalhe que ela me deu foi sua idade. Quer dizer, geralmente estou disposto a transar, só que fiquei preocupado: e se ela fosse um fake ou algum tipo de predador sexual? No final, pensei nisso por algumas semanas antes de responder. Depois de ler a mensagem várias vezes, e depois do meu encontro com Tessa, pensei: Foda-se. Por que não? Com alguns golpes no teclado, eu digitei: “Claro, me liga”. Meu telefone tocou quase imediatamente.

Falamos por quase dez minutos antes de decidirmos marcar alguma coisa. Ela disse que deveríamos ir até um café no centro, ir a um bar depois e ver aonde a noite nos levava. Mais uma vez, como no último encontro com Tessa, Angela pagaria tudo. Durante todo o processo de marcar o encontro, não tomei nenhuma decisão, o que ela também não permitiu. Enquanto estávamos no telefone, uma das coisas que ela me falou foi que, sob nenhuma circunstância, nunca, eu deveria chamá-la de cougar. Se eu fosse chamá-la de outra coisa que não fosse “babe”, deveria ser “tigresa” – e eu deveria ouvir o que ela tinha a dizer o tempo todo. Isso meio que me broxou. Eu costumava estar no mesmo nível nos meus relacionamentos; logo, era muito estranho ouvir que eu tinha de me submeter a alguém. Por um breve momento, senti o que quase todas as mulheres já sentiram por, tipo, milhares de anos.

Quando nos encontramos, o visual de Angela gritava “sou a chefe”: ela estava vestindo uma jaqueta de couro preta e jeans, botas de cano alto e uma camisa branca bem cortada. Ela era definitivamente o tipo “mãe gostosa” – tipo uma mãe motoqueira sem a metanfetamina – e estava no controle. Ela foi tão insistente em tomar todas as decisões que, no começo do encontro, me pegou pela mão e me levou para nosso primeiro destino. Isso era um experimento, e eu estava ganhando cafés e drinques de graça; sendo assim, eu não tinha do que reclamar.

A noite inteira foi uma sequência de bares, mas me lembro de que Angela era uma mulher muito interessante: ela me contou que tinha se divorciado do marido – que era dez anos mais novo que ela – um tempo atrás, o que veio com um desejo de sair com homens mais jovens. Quando perguntei com quantos homens ela tinha saído antes de mim, ela respondeu que não lembrava exatamente, frisando, porém, que isso era uma coisa bem regular no último ano. Ela também insistiu que fôssemos à casa dela, o que aceitei.

Chegando lá – um loft perto do café onde nos encontramos –, vi que o lugar todo estava arrumado como um covil de sexo solenemente construído para me seduzir. A sala fluindo com cores creme, do sofá de couro cinza com almofadas de veludo vermelho até as contas brancas da cortina separando o corredor. O lugar também era muito cheiroso, como se a lavanda e o chocolate tivessem um filho. Letreiros de néon onde se lia “Amor” e outras frases do Tumblr forneciam quase toda a luz na sala de estar escura. Algumas velas estavam acesas na mesa da cozinha, e um iPod estava tocando house atmosférico. Era basicamente como estar num clipe do Weeknd, menos as drogas e o cabelo de cogumelo, e eu realmente curti o lugar.

Assim que desamarrei minhas botas e me levantei, Angela apontou o sofá no meio da sala. Logo após minha bunda tocar o sofá, ela sentou do meu lado e começou a esfregar minha virilha, sem beijo, sem conversa fiada. Me senti meio estranho – ela parecia uma tia de um amigo meu que tomava muito suco de tomate e era bronzeada demais. Entretanto, eu também tinha tomado dois Ativan mais cedo; assim, meu cérebro não dava a mínima para o que estava acontecendo nesse ponto. Alguns segundos depois, ela arrancou a calça das minhas pernas, rasgou minha cueca e começou a me fazer um boquete. Também tenho de dizer que foi um ótimo boquete. Tipo, o melhor boquete desde que acordei fodendo um colchão porque estava tendo um boquete dos sonhos. A Angela conhecia bem seu jogo.

De repente, ela parou e se levantou. Por um momento, achei que tinha feito algo errado. Eu tinha de ter lutado mais, será? Não entendi. Depois de uma pausa, ela tirou a própria calça e tentou montar em mim. Aí as coisas começaram a dar errado. Quando eu disse que precisava pegar uma camisinha, ela tentou me impedir. Eu comentei que não queria fazer sexo sem proteção, e ela me disse para parar de reclamar. Aí eu já não estava mais interessado. Meio emputecido com alguém me dizendo o que eu deveria fazer com o meu próprio corpo, parei com o papel submisso e a afastei gentilmente. Nos sentamos no sofá por um minuto enquanto eu colocava lentamente minha calça e explicava por que isso não daria certo para mim. Eu falei que ela era uma pessoa muito legal e que eu estava muito agradecido pelos drinques, porém esse era o fim da nossa noite.

Acabei deixando US$ 20 na mesa apesar dos protestos dela, em parte porque estava me sentindo mal (mesmo não devendo, considerando que tenho o direito de recusar sexo), em parte porque um senso profundamente enraizado de masculinidade me dizia que eu devia ter dividido a conta. Descendo as escadas do apartamento dela, deletei nossas conversas e o número dela. Nunca mais nos falamos de novo. Uma pena.

Gillian Anderson. Foto via Wikipedia.

Marilyn, 40 anos

Conheci a Marilyn no mesmo dia em que ela mandou uma mensagem para o meu perfil. Ela era uma corretora de imóveis que morava e trabalhava num bairro de alto nível. Me pegou em frente à estação de metrô por volta do meio-dia num Audi novinho que cheirava a couro fresco e coisas caras. Quando entrei no carro, ela me deu um abraço e me cumprimentou com um grande sorriso. Ela tinha uma risada ótima e uma conversa muito agradável. Fiquei tão confortável, na verdade, que, diferentemente dos encontros anteriores, não senti que tinha de pegar leve com a situação ou fingir uma conversa fiada. Ela era muito divertida. E até gostava de Drake.

A Marilyn claramente curtia muito moda. Estou falando de camadas e uma coordenação de cores que fariam até o fashionista mais pretensioso gozar. Isso fez eu me sentir meio mulambo, especialmente porque eu estava com as minhas roupas ensebadas de sempre. De qualquer maneira, Marilyn não parecia se importar tanto quanto eu. Ela perguntou onde eu tinha comprado minha jaqueta de couro, e eu respondi “De um cara no Grand Bazaar”. Era a verdade, e eu não achei de tinha que mentir para ela.

Nas mensagens que trocamos antes, tínhamos planejado almoçar e fazer mais um monte de coisas para ver se valia a pena combinar outros encontros. Fiquei muito feliz com a ideia, especialmente porque ela provavelmente tinha suas reservas sobre sair com um estranho mais jovem, assim como eu tinha minhas reservas em sair com mulheres mais velhas aleatórias. Acabamos escolhendo um restaurante tailandês barato do centro, popular entre os estudantes da área – um lugar que estaria cheio o suficiente para que ninguém ficasse nos encarando.

Marilyn e eu conversamos sobre várias coisas por quase duas horas comendo vários pratos apimentados. Marilyn era vegetariana, enquanto eu sou mais um cara que só come carne, e acabamos entrando num debate sobre a ética de comer carne. Concordamos que o abate de animais é uma coisa problemática, e ela aceitou minha resposta de que eu assumia toda a responsabilidade pela carne que comia diariamente. Ela encerrou a conversa dizendo que “comia carne… às vezes”. Com essa deixa, pedi a conta. Dividimos isso sem discussão. O que pareceu bem normal.

Depois do almoço, nos separamos e fizemos planos vagos de nos encontrar novamente. Foi só no final do verão que nos encontramos de novo para tomar um café. Quando me reencontrei com ela, as coisas estavam diferentes. Ela parecia menos nervosa, porém mais cansada. A energia dela estava baixa, e ela não estava sorrindo tanto – parecia que ela tinha aparecido mais por cortesia do que realmente para se divertir. Quando perguntei como iam as coisas, ela me contou que sua mãe tinha morrido recentemente e que as coisas estavam difíceis.

Passamos o resto da noite conversando e andando pela cidade. Era um dia sombrio, tanto por causa do tempo chuvoso como por causa da nossa conversa, e acabamos parando numa igreja. Isso foi pesado. Marilyn me falou que precisava de um tempo sozinha; então, a abracei e nos separamos. Apesar de nunca mais termos nos encontrado, mandei uma mensagem perguntando como ela estava, e ela respondeu que estava bem melhor. Ela também me disse que queria me encontrar para comer comida tailandesa de novo. Eu afirmei que estava totalmente a fim, apesar de ser um pouco mentira: eu só queria que ela não se sentisse pior ainda.

Vanessa, 48 anos

A última mulher, Vanessa, me contatou através do anúncio no Craigslist antes que eu o tirasse do ar – o que fiz depois de perceber que as aulas iam começar e que eu não devia sair com mulheres com o dobro da minha idade quando estaria cercado por milhares de universitárias algumas semanas depois.

Vanessa me mandou um perfil muito detalhado e altamente específico dela. Fora sua altura, seu peso e a cor dos seus cabelos, ela também enfatizou que era descendente de chineses. Quando respondi o e-mail dizendo que estava interessado, também perguntei por que ela tinha especificado sua raça. Ela me contou que alguns homens tinham basicamente a mandado se foder quando viram que ela era asiática.

Como um cara que cresceu cercado pela cultura bro, isso era deprimente, embora não fosse uma surpresa para mim. Homens, especialmente caras brancos, podem ser totalmente ofensivos com seus “fetiches” e escolhas quando se trata de mulheres. Independentemente disso, assegurei que eu realmente não me importava com isso e que quem quer que tenha feito isso com ela era um cuzão. Marcamos um encontro para o dia seguinte num restaurante de churrasco coreano, planejando tirar algumas fotos da orla marítima depois. (Acontece que eu tiro fotos, e isso ajuda muito a quebrar o gelo em encontros, tá? Por favor, não me julgue.)

Quando chegamos ao restaurante e pedimos a comida, tive muita dificuldade para me comunicar com ela, e isso me deixou meio puto. Ela passava muito tempo no celular (não é só coisa dos millennials!) e dava respostas vagas para minhas perguntas. Graças a deus, como churrasco coreano é uma coisa que realmente exige que você prepare a própria comida, ela deixou o celular de lado um pouco para jogar uns bifes na grelha e falar comigo. Estranhamente, toda vez que nos falávamos, os olhos dela disparavam pelo salão, nunca encarando os meus por muito tempo (não como a Tessa!), e ela parecia realmente nervosa. Tentei parecer o mais relaxado possível para fazê-la se sentir confortável, até mudando minha postura e usando o tom de voz angelical que os assistentes sociais usam – sem sucesso. Ela não estava facilitando as coisas.

Quando saímos do restaurante e eu comecei a andar em direção à orla como tínhamos planejado, ela continuou olhando para o celular o tempo todo, até mais que antes. Quase chegando lá, parei e perguntei se estava tudo bem. Foi quando ela jogou a bomba: o marido (que eu não sabia que existia) estava perguntando onde ela estava e suspeitava que ela o estivesse traindo.

Me afastando, perguntei por que ela não tinha me dito isso antes, e ela respondeu que tinha medo de que eu não topasse me encontrar com ela. E ela estava certa: eu definitivamente não sairia com alguém que estivesse traindo seu marido e me colocando em risco ao ficar do outro lado da ira do parceiro. No entanto, achei difícil colocar tudo isso para fora, considerando como ela estava nervosa e o fato de que ela podia acabar chorando no meio da rua movimentada onde estávamos.

Em vez disso, eu destaquei que achava a situação um pouco estranha e que devíamos encerrar nosso encontro por ali para que ela pudesse procurar seu marido. Essa foi a escolha errada. Vanessa explodiu, me acusando de ser cego e não ter consideração com a situação dela. Ela foi de “Não acredito que você disse isso” para “As pessoas vão começar a te encarar com preocupação muito em breve”.

Após quase um minuto disso, ela parou e me garantiu que ia desligar o telefone pelo resto do encontro se eu deixasse tudo isso para trás. Nesse ponto, eu já tinha perdido totalmente o interesse e estava pronto para recusar a oferta; assim, só olhei para ela, balancei a cabeça e suspirei. Eu falei que ficaria feliz em acompanhá-la até seu carro, mas que não via razão para continuar com isso. Ela disse que ficaria bem e chamou um Uber. Vendo a chance de dar o fora, acenei com a cabeça, disse adeus, coloquei meus fones e parti numa longa caminhada para casa ao som de Phil Collins. Pode me julgar por isso.

O que aprendi

Se tem uma coisa que aprendi com essa experiência, é que namorar alguém mais velho é um equilíbrio delicado entre excitação e desconforto. Embora seja muito legal ter alguém para pagar seu jantar, alguém para te levar aos lugares e fazer sexo sem compromisso, eu não conseguia deixar de pensar que as mulheres me dando todos esses luxos pensavam em mim como carne fresca.

Francamente, em termos dos encontros em si, ainda não tenho certeza se sou um merda imaturo ou se os momentos difíceis não foram mesmo minha culpa. Por exemplo, apesar de achar a insistência da Angela em me dominar broxante, você pode alegar que eu simplesmente não fui tão mente aberta assim, especialmente considerando que eu deveria assumir o papel de um cub aqui. Dito isso, já assisti a muito pornô em que os caras ficam gritando obscenidades para as mulheres que estão comendo – e, quando uma ex pediu que eu a enforcasse durante o sexo, fiquei de pau mole. Acho que sou um molão mesmo.

Mesmo assim, eu recomendo essa coisa de sugar mama para outros caras da minha idade? Sim. Não porque garanta que eles vão ficar felizes com o resultado – eles podem acabar tão passados quanto eu, especialmente depois de perceber como isso é diferente dos filmes pornôs –, mas acredito firmemente em aprender as coisas do jeito difícil. De verdade. Acho que a única maneira de realmente saber se algo é certo para você é mergulhar de cabeça, estragar tudo, depois dar pequenos gemidos audíveis enquanto revive os momentos desagradáveis na sua cabeça (isso pode ou não ser algo que eu realmente faço). Além disso, você vai se divertir e beber de graça em vez de dividir a conta, como a maioria as pessoas normais faz hoje em dia. Não dá pra recusar isso, né?

Tradução: Marina Schnoor.

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