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Tecnologia

A Nova Realidade Virtual da NASA Foi Criada Para Acalmar Astronautas

No futuro, os astronautas não vão usar realidade virtual apenas para treinamento, mas também para ficarem de boa e matarem saudades de casa.
Crédito: NASA

Astronautas têm usado realidade virtual como uma ferramenta por algum tempo já, mas os astronautas do futuro em voos pelo espaço de longa duração terão na realidade virtual uma ferramenta indispensável quando estiverem realmente no espaço.

Por mais de uma década, pesquisadores de Dartmouth, Harvard, e outras instituições têm trabalhado em uma iniciativa conhecida como Estação Espacial Virtual, que espera prover um meio de evitar conflitos interpessoais e tratar de conflitos de saúde mental dos astronautas quando estiverem longe da Terra.

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Agora, o laboratório de inovação e liderança de arte digital de Dartmouth (conhecido como DALI – Digital Arts Leadership and Innovation Lab) recebeu uma bolada de 1,6 milhões de dólares da NASA para construir no futuro o componente de realidade virtual do programa e efetivamente fazer com que os astronautas sintam um pouco de casa durante a próxima viagem a Marte.

O DALI vai usar essa grana para desenvolver programas de realidade virtual mais elaborados que possam "enganar o cérebro e fazer as pessoas sentirem como se estivessem em uma variedade de lugares bonitos e calmos, como se estivessem em casa com a família ou passeando na praia", explicou em um release a diretora do laboratório DALI, Lorie Loeb. Isso, ela diz, poderia ser incrementado com cheiros de água salgada e protetor solar, e um ventilador para simular a brisa do oceano, criando uma experiência bastante imersiva. O objetivo é "ajudar as pessoas se sentirem à vontade, em casa, felizes, confortáveis e calmas".

Não surpreendentemente, os pesquisadores se voltaram para o Oculus Rift para os testes atuais. Em um email para o Motherboard, Loeb observou que o Oculus Rift foi um desenvolvimento particularmente bem-vindo para o programa – não apenas reduzindo os custos, mas tornando-o mais fácil de desenvolver conteúdo e proporcionar um ambiente mais realista do que as configurações anteriores de realidade virtual.

Isso é ecoado pelo ex-astronauta Dr. Jay Buckey, que é um dos criadores do programa da Estação Espacial Virtual e realmente usou um dispositivo de realidade virtual anteriormente em sua missão Space Shuttle de 1998 (que incidiu sobre os efeitos do espaço sobre o sistema nervoso), embora ele disse que "naquela época a sensação de imersão era baixa". Em comparação, ele nos falou que "o Rift tem realmente avançado na sensação de imersão e presença em comparação aos sistemas anteriores de realidade virtual".

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É essa "sensação de presença e proximidade que você tem a partir da nova geração de realidade virtual", disse, que ele espera que irá tornar útil para uma variedade de aplicações de saúde comportamental, como o relaxamento e alívio do estresse.

Loeb ainda acrescentou que ela pode "imaginar um astronauta usando um pouco de seu tempo com a realidade virtual e realidade aumentada com fone de ouvido". Poderia facilmente ser incorporado em suas vestimentas, disse ela, e "seria uma boa maneira de proporcionar distrações, redução do estresse e treinamento".

Antes de ser colocado em uso no espaço, no entanto, os pesquisadores conduzirão alguns testes extensos aqui na Terra, e eles estão tirando proveito de um tipo diferente de simulação para ajustar isso.

Enquanto o sistema baseado em Rift não estava pronto para ser enviado para eles, a equipe de Dartmouth recrutou seis pessoas que começaram um período de oito meses de simulação de uma missão em Marte no Havaí para testar ainda mais o programa da Estação Espacial Virtual atual e ajudar "atualizar o conteúdo existente". Os pesquisadores então pretendem seguir com um teste similar na Antártida.

Assim como muitos projetos da NASA, no entanto, os pesquisadores não estão focados somente na viagem espacial. Eles dizem que os programas podem ser bem adaptados para tratar pessoas aqui na Terra, que podem facilmente se encontrar em uma localização remota que os deixa sentirem-se isolados, seja em uma simples área rural ou em algum lugar como uma plataforma de petróleo ou uma estação submarina de pesquisa.

Tradução: Letícia Naísa