FYI.

This story is over 5 years old.

18+

Não quero saber do teu pénis enorme

Parece que, afinal, o tamanho importa.

Fotografia de Shockingly Tasty via Flickr Quando tinha 18 anos, conheci um gajo que trabalhava numa loja de surf. Fui lá comprar um biquíni às flores. Ele chamava-se Zane, o que, para a minha versão adolescente, era uma coisa fixe. Nunca lhe perguntei a idade, mas era bem mais velho do que eu. Isto aconteceu numa tarde de quinta-feira, depois da escola. Ainda não tinha ido a casa, por isso estava de uniforme. Flirtámos um bocado, enquanto as minhas amigas se riam da situação a apenas alguns metros de distância, e no fim ele escreveu o seu número de telefone no verso da factura. Liguei-lhe no dia seguinte, durante um intervalo na escola. Tinha as minhas amigas todas à volta a tentar ouvir o que ele dizia — mesmo à escola secundária. O Zane convidou-me para sair e, na sexta-feira seguinte, a seguir às aulas, apanhei-o na loja onde, dias antes, nos tínhamos conhecido. Programa clássico: jantar e cinema. Passei a noite toda a apaixonar-me pelos seus olhos azul-oceano, pelo seu cabelo imundo e pelos anos de vida que tinha a mais. No fim da noite, levei-o a casa de carro e ele convidou-me para entrar. Quis parecer adulta, por isso aceitei. A casa dele era um caos. Já para não dizer que lá viviam mais outras dez pessoas. Eram uma espécie de ocupas surfistas. Os colegas de casa estavam todos na sala, a fumar bongos. Nunca tinha visto um bongo na vida. Quando mo passaram, recusei educadamente. O Zane encolheu os ombros e mandou uma passa. Tentei. Decorar. Cada. Detalhe. Já todo fumado, o meu novo amigo pegou-me pela mão e levou-me para o quarto dele. Acendeu imensas velas, o que eu achei dolorosamente romântico. Sentámo-nos na cama e começámos a curtir. Alguns segundos depois, ele já estava com a mão dentro das minhas cuecas. Procurei o cinto nas calças dele e, assim que as consegui tirar (e às cuecas), recuei com medo. "Uau", disse-lhe de olhos bem arregalados. "Nunca tinha tido uma reacção dessas", respondeu-me divertido. O Zane tinha um pénis enorme, o maior que já vira. Em contexto sexual, só tinha visto mais um, mas soube que aquele era gigante. Aquilo rapidamente passou de comédia romântica para filme de terror. Não sabia o que devia fazer a seguir, por isso avancei para o que costumo fazer quando me sinto confusa: fiz-lhe um bico. Só que não consegui enfiar mais do que a cabeça. Entendam que aquilo era realmente grande. A minha mão não dava à volta completa. O meu polegar ficava bem longe dos meus outros quatro dedos. E só ter a ponta na boca era como estar a fazer um deep throating — ele tinha uma pila monstruosa. Depois de falhar miseravelmente no sexo oral e na masturbação com duas mãos, o Zane achou que seria boa ideia enfiar aquele badalo gigante na minha vaginazinha adolescente e inexperiente. Não coube, claro. Senti-me muito envergonhada, vesti-me e fui embora. Não voltei a ver o gajo nem a respectiva cobra zarolha. No dia seguinte, contei às minhas amigas a experiência com aquela pila Godzilla como se fosse a coisa mais fixe de sempre. A maior parte delas ainda era virgem e naquela idade uma miúda pensa que os pénis grandes são do melhor. Não é verdade. Sem ofensa, rapazes avantajados deste mundo — a vossa pila é muito bonita, certamente, só não é para mim. Depois do Zanegate, passei os últimos dez anos a dizer às mulheres com quem me cruzo que o pénis perfeito é o médio. Tive a confirmação dessa teoria no ano passado, quando namorei com o Zane 2.0 — um tipo que os meus amigos chamavam de Três Pernas (pelas costas). Foi a segunda Moby Dick da minha vida, mas não foi melhor do que a primeira vez. Embora agora eu tenha mais vagina para acomodar tanto pirilau. Os pénis grandes são difíceis de enfiar em buracos pequenos, ponto. Com este último namorado, tinha de estar sempre por cima para poder controlar quanto daquilo é que entrava em mim (cerca de metade). A minha principal preocupação era impedir que o pénis dele me esfaqueasse o útero. Mas isso distraía-me do momento, ninguém quer ser desafiado durante o sexo. É por isso que ninguém faz sudokus na cama.

Resumindo e concluindo: as pilas grandes são fixes para depois contarmos às amigas, mas tirando isso, só dão problemas. Não sou a Amanda Bynes. Não quero que atropelem a minha vagina. Só quero divertir-me com um pénis que caiba bem e que não precise de grande planeamento. Parece que, afinal, o tamanho importa.