Barroselas molhado, Barroselas abençoado

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Música

Barroselas molhado, Barroselas abençoado

Até para o ano Barroselas, nos festejos do seu 18.º aniversário!

Só quem passa por Barroselas percebe a diferença de estarmos perante um dos poucos festivais onde ainda se respira a verdadeira essência festivaleira. Aqui o "rock" domina, o animalesco transparece, seja através das bandas que passam pelos três palcos, seja pelo público que religiosamente escuta e expressa a sua eterna devoção.

Apesar do mau tempo, da lama e da crise, não podia deixar inaugurar as minhas idas a festivais sem uma curta passagem pelo SWR e respirar um pouco de autenticidade. Boa organização, sem atrasos nas actuações das bandas (embora estas estivessem a ser coordenadas em três espaços), comidinha da boa e bagaço especial da terrinha, aka "Bafo de Guerreiro". O que mais  podia pedir? Talvez pensar em arranjar um espaço no recinto maior para umas mesas e umas cadeiras, pois com horas de espectáculo e lama no chão seria bom sentar por alguns minutos a beber um copo e continuar a ver os concertos do palco principal, Afinal, nem só de metal vive o homem…

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A pensar nisso a organização ofereceu alguns eventos paralelos que ajudaram no contar das horas até que o degredo se iniciasse. Exemplo disso foi o caso do concurso "Screams of Steel", onde o grito mais animalesco ouvido no SWR Café ganharia um microfone (isto depois de aquecerem as cordas vocais com mais um bagacito). Ainda se tentou apelar à garra feminina mas não houve nenhuma guerreira de grandes ovários ou a passar por PMS que se atravessasse para descarregar a sua fúria.
 
O lado cultural esteve assegurado pela estreia do filme independente Villorio del Caudillo de Alan Arias e Alberto Vivó, cuja história se desenrola numa pequena aldeia espanhola perdida no tempo e alheia à modernidade que é subitamente invadida por um bando de violentos visitantes. Quase que lembra Barroselas, mas o que havia ali de mais agressivo seriam os moshpits e o imenso crowdsurfing essenciais ao festival.

E porque o desgaste físico de três dias de festival pede um corpinho mais em forma, houve o SWR Brutal Soccer, onde os metalheads podiam pousar os copos de cerveja e, durante 40 minutos, jogar uma partida de futebol e deitar o catarro para fora para tentar ganhar como prémio um garrafão de vinho.

Além disto tudo podíamos descer ainda mais à entranhas do underground mais rudimentar, quase neolítico com o DIY no mato, concertos de graça no campismo para quem quisesse continuar a festa mergulhado no espírito punk. Resta dizer que este SWR Barroselas Metalfest, ainda que não pareça, ajuda a revitalizar o comércio da região. Qualquer coisa como 50 mil euros. Ponham os olhinhos neste exemplo e apoiem esta malta. Até para o ano Barroselas, nos festejos do seu 18.º aniversário!

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