Nova Aurora: Estamos a manifestar a nossa solidariedade para com todos os nacionalistas da europa, em respeito à situação actual na Grécia. Das duas, uma: ou todas as nações se levantam deste marasmo como uma, ou então nunca nos levantaremos. Tens expatriados gregos no grupo?
Sim, temos alguns descendentes gregos no grupo, talvez uns cinco ou seis. O que o Aurora Dourada pensa do vosso apoio? Vocês estão em contacto com eles?
Tenho alguns contactos com a Aurora Dourada. Costumo também falar com outras pessoas que estão envolvidas com outros grupos nacionalistas afiliados à Aurora Dourada. Organizámos uma manifestação de apoio ao partido em Janeiro, com o apoio oficial das pessoas do AD na Grécia. Qual é a tua opinião sobre o assassinato do rapper antifascista Pavlos Fyssas por parte de um simpatizante da AD?
Primeiro de tudo, qualquer assassinato é lamentável, mas tudo tem de ser colocado em perspetiva. O indivíduo que foi morto fazia parte de um grupo antifascista violento. Pelo que ouvi dizer, ele estava no meio de uma discussão entre dois grupos apoiantes de futebol num bar, logo, não é como se ele fosse um espectador inocente. Bom, é evidente que oficiais da Aurora Dourada estão associados ao assassinato. Não me parece uma coisa muito espontânea.
Nos últimos anos, houve alguns incidentes em que nacionalistas foram assassinados por antifascistas, mas a polícia não reagiu a isso, nenhum militante de esquerda foi preso. OK. E sobre os membros do Aurora Dourada mortos a tiro dentro daquele quartel-general grego na semana passada? A palavra “mártires” apareceu muito durante a manifestação de hoje.
Eles são mártires da causa da liberdade europeia. O que achaste da reacção dos media aos assassinatos?
Os media distorcem tudo porque são controlados por grupos com interesses especiais, hostis a nós nacionalistas. Os assassinatos receberam pouca ou nenhuma cobertura dos mass media, apesar da morte do antifascista ter virado manchete. O que aconteceu com Manolis Kapelonis e Giorgis Fountoulis foi claramente um assassinato a sangue frio, tolerado, se não ordenado, pelos poderes políticos estabelecidos na Grécia. Acho que os assassinatos não foram cometidos por antifascistas — foi demasiado profissional. Será que a Aurora dourada irá reagir a esses assassinatos com respostas violentas?
É possível que alguns membros reajam violentamente, mas esperamos que isso não aconteça, já que isso daria motivos para que a polícia fechasse o partido. O partido ganhou, injustamente, a reputação de ser violento. Como já disse antes, há evidências que sugerem o contrário. Em termos hipotéticos, se acontecerem cenas violentas, os simpatizantes ingleses continuarão a apoiar o partido?
Com certeza que não toleramos violência, mas não vamos retirar o nosso apoio. Vamos continuar a apoiar o partido porque temos a certeza que os ataques violentos não partiram da liderança — partirá, provavelmente, de pessoas isoladas. Está bem. Fala-me um pouco sobre a Nova Aurora. Porque é que achas que o Reino Unido precisa de um novo movimento nacionalista?
A Nova Aurora é um movimento ideológico que está em crescimento. A decisão foi tomada por pessoas envolvidas no movimento inglês devido ao estado de fragmentação e confusão geral por aqui (na cena britânica). Achámos que devíamos criar um grupo com uma ideologia radical por um lado e presença nas ruas por outro — de forma a participar em manifestações e não só. Que tipo de apoio esperas? Como vês no futuro do Nova Aurora?
Esperamos atrair pessoas que não tenham outro lugar para ir no Reino Unido. Pessoas que não vêm avançar os grupos normalmente associados com a extrema-direita. Potencialmente, podemos conseguir muito apoio, especialmente se considerar-mos a situação dentro de outros movimentos. O BNP — Partido Nacionalista Britânico, por exemplo, tem perdido muitos membros, enquanto a EDL — Liga de Defesa Inglesa tem tido discussões internas depois de alguns líderes terem deixado o movimento recentemente. O problema é que as pessoas em Inglaterra não estão, em termos financeiros, tão desesperadas ao ponto de se unirem movimento de extrema-direita.
O desafio é que as pessoas na Inglaterra têm um padrão de vida muito confortável comparado com a Grécia. Mesmo que as pessoas estejam desempregadas, ainda conseguem beber uma cerveja de vez em quando. Além disso, a mentalidade britânica é fascinada pelo liberalismo e isso é um grande obstáculo. Definitivamente, há muito potencial, uma vez que as pessoas estão a procurar algo mais radical. Mas estamos a tentar fazer algo construtivo aqui — acho que uma nova Aurora Dourada é viável, mas também acho que antes de mudar a situação, temos que nos mudar a nós próprios.