Mais uma atuação despreparada da Polícia Militar do Estado de São Paulo aconteceu na Avenida Paulista, no último domingo (18), durante o protesto pacífico intitulado “Fora, Temer” na capital paulista. Fotógrafos e jornalistas foram alvos de cassetetes e spray de pimenta. Ambulantes tiveram seus produtos apreendidos – o que nunca ocorreu em manifestações anteriores.
Convocado pelas organizações Povo sem Medo e Frente Brasil Popular, foi o menor protesto dentre os três que aconteceram consecutivamente aos domingos desde o impeachment de Dilma Rousseff. Ao microfone, os organizadores continuaram pedindo novas eleições para o cargo de presidente do Brasil.
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A PM estimou 300 pessoas presentes. Já os organizadores, 20 mil, segundo publicação da Folha de S.Paulo.
A tática policial no dia era, basicamente, abordar vendedores ambulantes e apreender suas mercadorias. Quando os PMs tentaram deter uma comerciante que resistiu, fotógrafos e manifestantes se aproximaram e foram recebidos com spray de pimenta e cassetetes. Daí em diante, o episódio virou uma epopeia.
Presente em diversos atos contra o governo de Michel Temer, o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT) tentou interceder na situação e acabou sendo atingido pelo spray de pimenta. “A PM mostrou total despreparo na manifestação pacífica por ‘diretas já’ hoje”, publicou em seu perfil do Facebook junto com uma foto que flagra o momento em que, na confusão, um policial acaba por mirar o spray de pimenta em outro policial.
A palavra “despreparo” não parece exagero. Na foto acima, a vendedora ambulante tenta se defender da violência policial e, mesmo de costas e em posição de defesa – sendo amparada por uma manifestante –, recebe um jato de spray de pimenta. Manifestantes arremessaram cadeiras e latas em direção aos policiais.
Procurada pela VICE, a assessoria de comunicação da PM afirma que “os policiais militares sofreram uma forte investida dos manifestantes contra a ação. Eles foram hostilizados, cercados perigosamente, empurrados e agredidos”.
O fotógrafo André Lucas, do coletivo C.H.O.C Documental, foi agredido por um policial. “Ele mirou na câmera e bateu com tudo. Mas coloquei o braço na frente”, relatou o profissional, que caiu no chão, mas recebeu a ajuda de colegas.
De acordo com a polícia, não houve detenções e nem feridos.
O protesto permaneceu no Vão do Masp, onde artistas se revezaram no palco da organização, que não anunciou um novo ato para os próximos dias.
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