O presidente Rodrigo Duterte das Filipinas, conhecido por seu “senso de humor” duvidoso, brincou com soldados filipinos depois de impor uma lei marcial, dizendo que eles podiam estuprar três mulheres com o apoio dele. No meio de maio último, Duterte impôs lei marcial em sua região natal, Mindanao, uma ilha do sul com 20 milhões de habitantes, para lutar contra grupos afiliados aos ISIS que teriam entrado em confronto com a polícia.
“Para essa lei, as consequências da lei marcial e ramificações da lei marcial, eu e só eu sou responsável. Façam seu trabalho. Eu lido com o resto”, ele disse aos soldados recentemente.
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“Vocês podem prender qualquer pessoa, vasculhar qualquer casa.”
“Vou preso por vocês. Se acontecer de vocês estuprarem três mulheres, eu assumo.”
Os detalhes do conflito em Mindanao são nebulosos. Quando declarou lei marcial na terça-feira, ele citou a decapitação de um chefe de polícia, um chefe que na verdade está vivo.
Ele disse depois que está preparado para expandir a lei marcial para o país inteiro. “Não vou permitir que este país vá para os cães”, disse Duterte, segundo o Washington Post.
Seus comentários geraram condenação do Partido das Mulheres das Filipinas, que divulgou uma declaração dizendo que “Estupro não é piada” e pedindo o fim da lei marcial.
Duterte se vende como um homem do povo e é conhecido por ser grosseiro. Na campanha, ele “brincou” que “o prefeito deveria ser o primeiro” num estupro coletivo e assassinato de uma missionária australiana em 1989. Ele, claro, estava se referindo a si mesmo: Duterte era o prefeito da cidade na época. Depois do comentário, sua vantagem aumentou nas pesquisas.
Desde que assumiu a presidência em maio passado, Duterte tem travado uma sangrenta guerra às drogas que já matou milhares de pessoas no país.
O presidente norte-americano Donald Trump convidou Duterte para o Salão Oval, o chamando de um “bom homem”. “Você está fazendo um ótimo trabalho”, acrescentou Trump.
Tradução: Marina Schnoor




