'Crackinho para Colorir Vol. 1'. Imagem: Divulgação.
Desde então, o Crackinho passou a estampar bonés, camisetas, canecas, adesivos, e ganhou até um talk show e um boneco personalizado. Dando sequência aos subprodutos, ocorreu no Mozine o pensamento de fazer um livro de colorir. "Percebi que várias pessoas faziam seus próprios desenhos do Crackinho, os coloriam e também coloriam ou modificavam os desenhos que eu fazia e colocava na internet", explica sobre como pintou a ideia. "Sempre uso o personagem pra satirizar situações, notícias e produtos. A existência desse livro é uma sátira aos livros de colorir, e ao mesmo tempo um produto que atende quem gosta do personagem".É o próprio inventor quem assina todos os desenhos de Crackinho para Colorir. Já o lançamento é da gravadora Hearts Bleed Blue (clique aqui para comprar), com distribuição da Läjä. Vai rolar festa de lançamento no próximo dia 23 de setembro, sexta, com noite de autógrafos e pocket show. A bagunça acontecerá no escritório da HBB, em São Paulo, e contará com uma apresentação do alter ego do Mozine, Tenebrio Peixoto.Ao lado da banda Lo-Fi, Fábio Mozine tocará clássicos da música brega nacional. "Nesse caso, vamos tocar covers de cantores bregas em versões rock e hardcore. Carlos Alexandre, Frankito Lopes, Amado Batista, Adelino Nascimento, Roberto Carlos, e, possivelmente, umas músicas d'Os Pedrero de bônus no final do show", informa. Começa às 19h. O ingresso, que dá direito a um exemplar do livro, custa R$ 20 e pode ser garantido aqui.
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Post que registra o nascimento do Crackinho para o mundo.
Fábio Mozine: Sem querer acabei descobrindo a data de nascimento do Crackinho, de tanto que comecei a responder esse tipo de pergunta. Foi dia 1 de junho de 2009, ele apareceu no Fotolog da Läjä e eu coloquei o título da postagem como "Crackinho da Läjä". Fiz o desenho do Crackinho em casa, num papel A4 com lápis aquarelado preto, e depois no computador. Estourando contraste e brilho e cores fiz virar bege.
Inventei essa porra por causa de brincadeiras que fazia com os amigos usando essa palavra e apelidos que colocava nas pessoas. Nunca imaginei que ia dar no que deu.Por que no caso do Crackinho você fez o caminho inverso ao da Turma da Mônica com o personagem? Digo, primeiro os bonés, camisetas, canecas, adesivos, boneco… e só depois quadrinhos e animação na tevê.
Socialista de iPhone, capitalista de fato! [risos] Na verdade a ânsia das pessoas em ter coisas do Crackinho me fez gerar os seus produtos. Era impossível não fazer. Hoje em dia vende mais que camisa de banda.Um gibi só do Crackinho, com edições periódicas ou esporádicas, você nunca pensou em lançar? Quem chamaria para desenhar e roteirizar?
Já fiz uma história que foi desenhada pelo Alex Vieira, saiu em alguma edição da revista Prego. O Fernando Rick, que faz o talk show do Crackinho, também já fez uma animação com mais de 10 minutos, mas que nunca lançamos por motivos diversos, incluindo alguns trechos que pensamos poder dar problemas jurídicos. Acho que o Crackinho é uma imagem estática non sense que não precisa de muita explicação. As coisas de que mais gosto são os desenhos com frases curtas, e apenas isso.
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'Crackinho para Colorir'. Cortesia do autor.
O livro vem acompanhado dum pequeno estojinho de giz de cera, isso eu acho a cerejinha do bolo. Não faço ideia dos doidos que vão comprar isso, creio que basicamente a mesma galera que compra as camisas da Läjä, etc. Pode ser um passatempo engraçado pra você ter na mesa da sua sala quando chegar uns amigos que não foram convidados na sua casa pra passar um sábado à noite bebendo cerveja e ouvindo uns discos. Ou um presente pra aquele cara estranho da sua família pra quem você não sabe o que dar.
'Crackinho para Colorir'. Cortesia do autor.
Talvez o mix do Crackinho com o Belchior seja o que eu mais tenha gostado, mas não tem sentido algum, o único sentido é que eu estava com uma pilha de discos do Belchior na hora que estava desenhando. Aí olhei pra capa e fiz o Crackinho com um bigode. Os outros desenhos não têm muita lógica, fui apenas colocando em situações do cotidiano.O livro será vendido só para maiores? Em livrarias comuns ou só em picos alternativos e nas lojas da Läjä e da HBB na internet?
Creio que ficaremos restritos à distribuição da HBB e Läjä. Livrarias, apenas underground, que vendem gibis e publicações do tipo. O livro é recomendado para maiores de 21 anos.Quantas páginas desenhadas terá o livro?
Vinte e poucas páginas. Foi o que eu consegui fazer.Você pensa em fazer mais edições com desenhos inéditos, talvez temáticos — Crackinho de Férias, Crackinho na Escola, O Natal do Crackinho?
O golpe é infinito, mas sempre preciso ver o feedback da galera.
"Cralckior". Cortesia do autor.