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Música

Discos: A.M.O.R.

O que há aqui para não amar?

Edição de autor

Comecemos pelo óbvio:

apresenta alguns malhões de hip-hop essenciais de 2013. O que, para um disco que esteve tanto tempo a ser concebido, criando assim um reboliço de expectativas em seu redor, só pode significar uma data de coisas boas. "Falar de Rap", "Hustlerz" e "Novo Dia" são óptimos exemplos do que são os seus triunfos em várias frentes: molhos de

flows

agressivos ladeados por uma produção óptima com beats eletrónicos tão ácidos quanto viciantes ilustram esta demanda do duo formado por Honey e Violet na sua afirmação perante todos aqueles que "nem com salto à vara estão à altura deste flow".

É, alias, um quase-tributo aos odiadores que serve de gasolina para manter esta máquina em alta velocidade e que traz tantas rimas (e tão bem metidas) que nos deixarão com uma expressão de óbvio agrado. O uso astuto e frequente do português — muitas vezes combinado com o usual anglicismo nas estrofes — é tão feliz e eficaz nas suas rimas que até nos deixa a desejar que o tratamento fosse o mesmo na minoria de canções que se expressa exclusivamente em inglês. Não que estas sejam necessariamente fracas, mas deixam-nos momentaneamente órfãos de novas frases mordazes, sempre dirigidas naquele sentido de "tu sabes quem és". Não se dê, no entanto, a isto demasiada importância. O que importa deixar no ar é que, com tanta determinação e tendo em conta este disco e o óptimo concerto que deram aqui há umas semanas no Mexefest, o que há aqui para não amar?