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O retrato presidencial de Trump criado por Jim Carrey devia estar no Smithsonian

"You Scream. I Scream. Will We Ever Stop Screaming?", é nada menos que uma obra-prima.
Drew Schwartz
Brooklyn, US
Foto de Carrey por Vittorio Zunino Celotto/Getty Images; retrato de Trump por Jim Carrey via Twitter.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.

Jim Carrey, actor e aspirante a cartoonista político, acaba de acrescentar uma nova peça à sua colecção. É, indiscutivelmente, o seu melhor trabalho até à data. Um estudo semi-nu do Presidente Trump, a desfrutar do que parecem ser duas bolas de gelado de chocolate.

"You Scream. I Scream. Will We Ever Stop Screaming?" (2018), é uma maravilha de formas, de expressão honesta e perícia, uma peça sem preço da arte moderna. Em resumo, deveria estar no maldito Smithsonian.

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E é precisamente essa a casa que o artista imaginou para a sua obra, fazendo inclusive uma petição à National Portrait Gallery para a tornar no retrato presidencial oficial de Donald Trump. E com justiça: ao olharmos para a textura do roupão azulado de Trump, a tensão nos maxilares, os rabiscos tipo minhocas que representam o seu pêlo peitoral, é natural que consigamos visionar a peça pendurada ao lado do retrato de Kehinde Wiley para Barack Obama, ou o de Amy Sherald para Michelle. Junta-lhe a forma como Trump acaricia o seu próprio mamilo cor de camarão - a pièce de résistance - e o trabalho de Carrey é, basicamente, imbatível.

Alguns podem argumentar que a carreira de Jim é ainda demasiado curta para que mereça a honra de criar o retrato oficial do presidente dos Estados unidos da América. Uma crítica justa. Mas a isso, contraponho: vejam bem como ele evoluiu! Carrey percorreu um longo caminho desde o começo humilde e amador, quando nem sequer conseguíamos perceber quem é que estava a desenhar.

E, mesmo quando conseguias, as personagens pareciam apenas neandertais.

E, para além disso, também se foi tornando mais subtil - em vez de se limitar a representar o presidente a pinar, ou os filhos adultos de Trump a serem assassinados por um elefante, Carrey optou por um tom mais ligeiro, mais simples, um mamilo sem adornos, em vez de algo bastante mais lascivo.

Contempla uma vez mais os olhos azuis de Trump, semi-cerrados e húmidos de prazer, o peso do seu misterioso capacete capilar, a pouco ortodoxa, vívida, paleta de cores com que Carrey lhe presta homenagem. Tem em atenção as pinceladas corajosas do que parece ser uma sombra de olhos rosa e laranja, o quente vermelho da língua, a atenção ao detalhe na sombra da taça de gelado.

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É glorioso. É inovador. É perfeito. É, numa palavra, arte. E se isto não pertence ao Smithsonian, não sei o que pertencerá.


Drew Schwartz está no Twitter.

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