FYI.

This story is over 5 years old.

Música

O trio californiano skate-punk-metal-psicodélico The Shrine vem tocar no Brasil em julho

Resolvemos furar o cara do Destak nessa e anunciar a turnê por aqui em primeira mão.

Foto por: Olivia Jaffe

Convergindo influências do rock psicodélico, do punk e do metal oitentista, o trio californiano de Venice Beach, Dogtown The Shrine é a sonzeira perfeita para uma session de skate. E não à toa. Josh Landau (guitarra, vocal), Court Murphy (baixo) e Jeff Murray estão apenas conferindo espectro musical às referências que eles já acumulam desde moleques. O som chapado e cheio de pegada, numa onda que remete a Black Flag, Black Sabbath, Suicidal Tendencies, Motörhead, Circle Jerks e outros congêneres que ajudaram a formatar a identidade do skate-punk, fisgou os integrantes durante os rolês pelas piscinas secas das mansões de Los Angeles. Pense nisso. E também em ácido, breja, maconha + larica de pizza, jeans surrado, jaco sem manga, cabelos compridos, camisetas curtas, minas gatas em carros sem capota, numa certa lascividade e em filmes como Jovens, Loucos & Rebeldes e Skate na Pista da Morte. Essa é a vibe.

Publicidade

O The Shrine soltou recentemente seu novo álbum, pela primeira vez por uma major, a Century Media. Rare Breed traz a banda em sua melhor fase, exibindo um amadurecimento e consistência alcançados desde trampo anterior, Bless Off, de 2014. E o daora é que o público brasileiro poderá curtir de perto esse derretimento cerebral cheio de peso e adrenalina entre o final de julho e o começo de agosto. A produtora Abraxas confirmou, com exclusividade para o Noisey, as datas e locais. Ficou assim: dia 28/7 em Belo Horizonte, n’A Autêntica; dia 29 em Florianópolis, no Célula Showcase; dia 30 em São Paulo, no Inferno Club; dia 4/8 no Rio de Janeiro, no Teatro Odisseia; e dia 5 em Goiânia, no Goiânia Noise Festival. Daqui, o conjunto ainda passa pela Argentina (Noiseground Festival) e o Uruguai (Bluzz Live).

Anota aí na agenda e saca a entrevista que fiz no embalo com o vocalista e guitarrista Josh Landau, que começou soltando o verbo e foi ficando progressivamente mais objetivo. Rs!

Noisey: Você diria que a pegada desse novo álbum está mais próxima ou distante daquilo que o The Shrine começou fazendo, naquela demo de 2011?
Josh Landau: Nós estávamos numa onda muito psicodélica quando começamos, e ficávamos improvisando por uma hora direto. Escutávamos “Machine Gun”, do Hendrix, sem parar, e ficávamos viajando. Aí depois, voltamos praquele tipo de hardcore estilo Black Flag, vertente com a qual eu era envolvido quando aprendi a tocar. E essa influência ficou para sempre impregnada no cérebro. Em seguida, começamos a tocar mais rápido e pesado. Gostamos de energia, e ficamos felizes com a reação do público nos shows quando apresentamos essas músicas mais rápidas e sujas. Esse retorno nos empolgava. Agora, todas as influências andam meio misturadas e eu acho que chegamos naquele estágio em que o som tem a cara do The Shrine.

Publicidade

No site de vocês tem umas fotos de skate, a banda lançou um tênis pra skate, e até o tipo de som do The Shrine é bem na linha das trilhas sonoras dos vídeos dos anos 1970/80. Quão fundamental foi o contato com esta cultura para a formação pessoal e artística de vocês?
Eu cresci andando de skate em Venice Beach e, depois, nas piscinas vazias de Bel Air e Beverly Hills, que ficavam nas mansões abandonadas. Teve até uma vez que encontramos um defunto dentro da casa. Foi nessas sessões que tivemos toda a nossa formação enquanto crescíamos. Você é apresentado à música a partir dos vídeos de skate e das camisetas que os skatistas usam. Está tudo junto e integrado, seja o hardcore ou thrash metal dos anos 1980, rock dos anos 60 e 70, nas trilhas sonoras dos vídeos de skate, em momentos diferentes. Quando você começa a derrubar cercas e a pular muros para andar de skate nos pátios das escolas, você aprende a reinterpretar o mundo a partir da sua própria perspectiva. Quando você usa um palquinho pra surfar no concreto, você está reinventando o conceito original da arquitetura. Você passa a não aceitar o que é tido como impossível. Você detona com as regras e os limites a fim de se conectar ao universo.

O típico rock pauleira da Califórnia está muito presente na música do The Shrine, mas o rock de Detroit também encontra bastante espaço nas composições, não é?
Sim, pode se dizer que o MC5 e os Stooges são uma grande influência no que diz respeito ao uso da guitarra como uma arma.

Publicidade

Sendo Rare Breed a estreia da banda numa grande gravadora, a Century Media, pergunto: como tem sido a experiência? É bem melhor do que a independência?
Esses selos só estão interessados em limusines e x-burguers, é um lance muito hollywoodiano e ultrapassado. Eles vieram propor que usássemos bobes no cabelo e tocássemos disco.

Por que as artes da banda são em sua maioria ilustrações, e não fotos?
Foi o lobo que nos escolheu, tivemos que aceitá-lo.

Vocês só curtem sons cheios de guitarras? O que vocês ouvem quando querem ficar sussa?
John Coltrane, Bob Dylan, Run DMC, e também aquela singela banda de soft rock chamada Motörhead!

Será que o rock’n’roll teria se expandido tanto sem a influência das drogas?
Eu acho, na verdade, que as drogas não seriam tão interessantes se não existisse rock’n’roll!

O The Shrine está no Facebook, no Tumblr e no Bandcamp

Siga o Noisey nas redes: Facebook | Twitter | Instagram