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Música

O Satânico Dr. Mao Contra os Coxinhas Podres: Vocalista Fala Sobre o Destino dos Garotos Podres

Disputando com os ex-integrantes pelo direito de usar o nome da banda que fundou, Mao prepara álbum do seu novo grupo.

Foto: Divulgação.

Para quem curte muito o som de uma banda, é sempre uma merda ficar sabendo que os integrantes da formação original vez ou outra arrumam tretas entre si. As relações humanas são foda, e a gente tá ligado que qualquer rusga surgida da convivência, seja em estúdio, seja em turnê, pode jogar por terra a trajetória daquele grupo que significou tanto para você. Mas esse tipo de coisa faz parte do rolê, acontece no mainstream, acontece no underground, pelas mais variadas razões. Orgulho, grana, ciúmes, falta (ou excesso) de comprometimento, cansaço… Bastar prestar atenção na história do rock para encontrar inúmeros exemplos disso.

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Nos últimos tempos, acompanhando as atualizações on-line do Garotos Podres aqui na redação, notamos que havia duas páginas para a mesma banda rolando. E, como se não bastasse, estes perfis paralelos digladiavam entre si. Pra quem é punk da véia, não é novidade que os caras nunca concordaram totalmente a respeito das certas questões. Porém eles sempre davam um jeito de passar por cima de eventuais desavenças em nome da música e em respeito ao público. Um confronto de posturas em julho de 2012, durante um festival em Araraquara (interior de São Paulo), no entanto, acabou minando a tolerância entre eles. A banda rachou.

Daí ficaram o Mao (vocalista) e o Cacá Saffiotti (guitarrista) de um lado, enquanto o Sukata (baixista) e o Caverna (baterista), debandaram pro outro. A primeira dupla segue tocando e gravando sob o nome O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos, já a segunda insiste em usar o nome Garotos Podres. A novela toda já está correndo na Justiça. Enquanto a burocracia da lei não passa a régua na questão, resolvemos procurar o Mao, dono do registro do nome e das letras, para contar sua versão dos fatos.

O papo foi extenso, e abordou todos os pormenores do conflito. Se liga aí:

Noisey: Mao, como foi que você tomou conhecimento da existência desta versão do Garotos Podres? E por que os caras seguem com a banda mesmo sem você na formação?
Mao: Depois que a banda rachou cortei todo contato com o baixista e o baterista. O fato de estes cidadãos apoiarem o nosso empresário que se recusava a prestar contas de nossa participação num festival em Araraquara foi a gota d'água. O fato de o empresário ter se utilizado de uma empresa que nos era desconhecida para emitir nota fiscal, num evento organizado por uma empresa pública municipal que contava com 127 denúncias de irregularidades era grave. O mínimo que ele deveria fazer era prestar contas. Ao invés disto, ele recusou-se, deixando-me a mais de 300km de casa e sem dinheiro. Para conseguir os trocados que me faltavam para comprar a passagem de volta, consegui um empréstimo com um policial militar, que curiosamente, conhecia a banda. No caminho de volta pensei bastante. Um elo de confiança e camaradagem foi quebrado. Decidi que jamais voltaria a tocar com aquelas pessoas. A primeira coisa que decidi fazer foi providenciar o registro da banda.

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