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Música

Baixe o Novo EP Gótico do Dorgas

Pirados no fusion e numa pistinha de dança suada dark, cariocas lançam EP instrumental.

Os jovens da banda carioca Dorgas estão com fome de bola. Não faz muito, lançamos aqui no Noisey o primeiro e auto-entitulado álbum da banda, que teve boa repercussão na blogosfera e grande imprensa golpista musical.

Mas eles acharam que o disco era um retrato do passado da banda. A brisa das belas praias da zona sul do Rio, as mulheres, drogas, novas experiências antropológicas, o fusion japonês dos anos 80, tudo isso expandiu o horizontes dos caras e os catapultou a uma nova era.

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Gabriel Guerra, o cara do falsetinho estranho, é quem explica o processo. “Esse é o nosso primeiro EP correto, feito no final de dezembro quando tudo na banda era ficar puto com o disco, brigar com os casinhos, tomar ácido e conhecer o mundo novo. Nesse corre aí da vida, o EP só foi gravado ao vivo em junho com Pedro Garcia, o mesmo que esteve com a gente desde o início. Gravação sem frescura, apertou o REC e tá pronto, sem edição.”

“Semanas Góticas” é composto por duas músicas instrumentais, nomeadas apenas como “#1” e “#2”. Sem tecladinhos, sem putaria. “Dorgas é fusion bosta. Esquece sintetizador, porque isso é instrumento de quem tem fé no seu potencial pós-moderno. Esquece vocal, porque ninguém da banda sabe cantar mesmo, agora só vai rolar guitarrada”, explica Guerra.

Eles também estão numa onda dark, neblina, cemitério, roupas pretas. Até escreveram para gente um manifesto lúdico, ilustrando o clima dentro do conjunto musical. A capa do EP é pura maldade sombria, e é obra da artista e produtora carioca Tay Nascimento.

Leia enquanto ouve o EP, que você pode baixar gratuitamente e em qualidade joia no link abaixo.

http://viceland.com.br/dorgassemanasgoticas.zip

MANIFESTO SEMANAS GÓTICAS

Escrito com a pena do corvo da meia-noite. Pelas primeiras semanas do início do ano onde o vento começou a mudar o sentido. Onde foi visto um movimento de dispersão pelas ruas, e o sol que queimava não escondia a neblina espessa na cidade que caminhava para ser alguma coisa. Por aqueles que já flanaram o centro depois da meia-noite, a sensação de que deveria haver uma expansão de pensamento para mais: mais liberdade, mais se-virarte. Menos gente morta fazendo a mesma coisa de sempre e perpetuando - no lato sensu, porque até quando deve parecer que não dá pra mudar o que se tem? A movimentação ocorre de dentro pra fora.

Protesto, trabalho, arte, mudança, corpo, música, alma, cidade. Não busca quebrar sistema, quebrar nada - é de dentro, no estômago e no miolo que jaz o entendimento que demanda é choro de criança e que conduta é investimento; capital agente na mudança do cotidiano classemédio. Independência que parece inalcançável. Autoeducação infinita, já não quer mais palavra-livro de outrora, de outrem, de outra língua, outro lugar - a associação já chegou ao limite, porque não existe um número finito de influências. O tudo faz parte, o tudo gira. Observa o redor, a economia da sua natureza e habitat, e vê como é menos insano tecer alternativas.

Já chegou, já chega de medo, de palavrório adolescente da adolescência-prole intolerante. Quando se torna tudo, então tudo pode ser absorvido. vimos muito, e vimos muito do que ainda temos pra ver. É como entrar num caminho no qual não dá pra ver o final, pelo bel-prazer de se surpreender com o rumo das coisas.

‘Semanas Góticas” é o nosso primeiro EP pós-disco, feito no final de dezembro quando o nosso horizonte expandiu e a gente ficou saturado da rotina, viu muita coisa não-vista, entre novos e velhos amores, entre necessidades, vontades, deveres e amargos doces. Um mundo novo.