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Música

A História do Hardcore Brasileiro Contada pelas Coletâneas do Nenê Altro, Parte III

A derradeira parte da série que reuniu em um só coração e história as compilações do Nenê.

Foto por Wander Willian

"Acho que hoje, mais do que nunca, a coletânea física é algo que não se perde entre tanta coisa descartável que existe online. Eu mesmo, quando conheço bandas pela internet, acabo perdendo alguns links ou esquecendo, com tanto material chegando". A afirmativa é do Nenê Altro, saindo em defesa de uma de suas mais dedicadas empreitadas. Sempre na correria do faça-você-mesmo, ele não abre mão de continuar apostando no feedback positivo das compilações de bandas em CD, as quais vem reunindo desde 1996 por meio dos diferentes selos que já pôs nos trilhos.

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O mais recente lançamento do gênero é o Frequência Alternativa, que o Noisey disponibilizou em primeira mão no começo deste mês. Foi quando estreamos a série de posts que se encerra aqui, relembrando em streaming/download e papinho todos os capítulos da saga do Nenê nessa peleja de fazer virar um monte de coletas. Desde o período Teenager in a Box/Antimídia Records (1996-2003) até os releases vinculados ao Antireckordz (2010-2012).

Como te contamos nos posts anteriores, a fase atual sublinha o nascimento do selo Hard Kiss e chega na esteira dos projetos 50 Tons de Ódio e 50 Tons de Fúria, ambos de 2013, e do Desgraça Sonora, que saiu agora no comecinho de 2014. Marcadas pela acolhida a diferentes subgêneros do punk/hardcore, essas coletâneas revelam o lado político do trabalho do Nenê Altro: "Acredito que a diversidade deve ser um fator positivo, incentivado, e que torne a coisa cada vez mais ampla e cabeça aberta, e não que divida mais e mais a cena como rolou muito nos anos 1980", diz. "Tento mostrar em cada coletânea, pra galera que curte hardcore porrada, por exemplo, que tem bandas de punk-rock bem legais, e pras bandas de punk-rock, que as bandas de ska são muito talentosas e divertidas, e pras bandas de ska, que o psychobilly é muito bom também, e por aí vai. Tudo no mesmo disco.”

Prova do que o Nenê afirma é que, nessas duas compilações de 50 bandas, cada uma tocando músicas de um minuto, não tem só som porrada e grind, tem também new wave, eletrônico, melódico… "E, no caso das coletâneas, vamos dizer uma com 20 bandas, de mil cópias cada uma fica com 50 CDs para vender ou distribuir localmente nos shows. Isso faz com que, em todos os focos de distribuição, o público de cada banda participante conheça as outras 19 do CD, o que aumenta o intercâmbio e a noção real do que está rolando por aí", completa ele, chamando atenção para outro fator atrativo do formato, principalmente para as bandas novas.

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E emenda: "A internet veio pra facilitar as coisas que antes demoravam muito pra rolar via correio, como divulgar um show. Mas esse mito de que a música digital substituiu o valor do disco físico é mentiroso, pelo menos na cena independente e, em especial, no meio punk/hardcore. Quando um cara te manda um link, ok, você escuta, mas é algo que não fica em sua vida. Um disco é algo que entra pra história, algo produzido e lançado, que entra pra discografia da banda."

Chega mais e curta toda essa sonzeira logo abaixo:

50 TONS DE ÓDIO (2013)

50 TONS DE FÚRIA (2013)

DESGRAÇA SONORA (2014)

Fica esperto! Tem muito mais hardcore e punk brasileiro para ouvir:

"Frequência Alternativa" É a mais Nova Coletânea Reunida pelo Nenê Altro

A História do Hardcore Brasileiro Contada pelas Coletâneas do Nenê Altro, Parte I

A História do Hardcore Brasileiro Contada pelas Coletâneas do Nenê Altro, Parte II