Segundo ato em defesa da educação fez barulho, de novo, no país

manifestação educação

Na quinta-feira (30), pelo menos 136 cidades em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal registraram protestos em defesa a educação e contra os cortes anunciados pelo Ministério da Educação no final de abril. Esse é o segundo ato de expressão nacional organizado por professores, partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais e estudantis. Em São Paulo, manifestantes se reuniram no Largo da Batata a partir das 15 horas e caminharam até a Avenida Paulista na altura do MASP, onde a manifestação terminou sem tensões por volta das 21h30.

Os atos pelo país começaram já de manhã e seguiram pacíficos durante o dia. Na capital paulista, diversos movimentos sociais marcaram presença, com destaque pros anarquistas que estavam na comissão de frente na Avenida Faria Lima e assim seguiram até a Paulista. Durante a caminhada, carros e motociclistas tentaram furar a manifestação, mas foram impedidos pelos presentes. A VICE Brasil cobriu a manifestação de SP em tempo real pelo stories do Instagram. A cobertura fica disponível nos destaques.

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Em nota, o Ministério da Educação afirmou que “professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar” e incentivou que cidadãos fizessem denúncias caso vissem a “promoção de eventos” durante este horário.

Já na altura da estação Oscar Freire, o repórter Marcelo Mattos e o cinegrafista João Pedro Montans, ambos da rádio Jovem Pan, foram hostilizados por protestantes e impedidos de trabalhar. Na nossa cobertura no Instagram e Twitter, registramos o momento que os manifestantes começaram a cercar a equipe e precisaram entrar na estação para se proteger. Em nota, a Abraji repudiou a atitude, assim como diversos jornalistas nas redes sociais.

Fora isso, o ato terminou pacificamente na frente do MASP onde policiais militares estavam enfileirados para impedir que o ato entrasse no vão do museu. Não foram divulgados números oficiais pela Polícia Militar de São Paulo.

A mobilização pesada de alunos, professores e a população brasileira começou no dia 30 de abril quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que três universidades, federais teriam cortes de 30% no repasse do governo. Em uma entrevista, Weintraub afirmou que a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) tiveram 30% da verba bloqueada por promoverem “balbúrdia” e “bagunça” dentro dos campus. Prontamente a declaração do ministro gerou repercussão negativa e, em resposta, o MEC anunciou que os recursos bloqueados se estenderia à todas as universidades e institutos federais.

O bloqueio de 30% nas verbas da educação federal engloba mais de 60 universidades e 38 institutos no país, totalizando um corte de R$ 1,7 bilhão dos gastos das universidades. Segundo o MEC, o corte incide sobre despesas não obrigatórias que incluem gastos com água, luz, reformas, terceirizados, equipamentos e realização de pesquisas. A nova justificativa do ministro é que a arrecadação dos impostos está menor do que o previsto e por isso precisou efetuar os cortes. Com a declaração do presidente Jair Bolsonaro chamando quem fosse para rua de “idiotas úteis” e “massa de manobra”, a mobilização foi ainda mais intensa no dia 15 de maio.

O próximo ato, uma greve geral, já foi anunciado para o dia 14 de junho.

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