Sónar 2015 – O Festival 360º

Aqui está mais uma edição daquele que é para muitos (nos quais também me incluo) o melhor e mais completo festival do Mundo.

Cada vez é mais difícil definir e explicar de uma forma simples o Sónar, e é também isso que faz a sua grandeza. Criatividade, Tecnologia, Audiovisual, Arte, Business, Networking, Conferências, Performances e sobretudo, muita, muita Música.

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A conferência de ontem. Fotografia do Ricardo Macedo.

Na conferência de imprensa que lançou ontem o Sónar em Barcelona, os directores do festival lançavam esta ideia dos 360º em que se fechava o ciclo que vai desde o lançamento e discussão do processo criativo, passando pelo desenvolvimento e financiamento dos projectos, pela discussão e descoberta dos meios tecnológicos para a sua concretização e pela apresentação em directo das mais variadas formas de expressão artística ligadas à criatividade tecnológica, sem esquecer a música, muita, muita música. Tudo isto é o Sónar de hoje, bem distante da generalidade dos festivais de música que pouco mais fazem que programar concertos uns em cima de outros.

Toda a gente já sabe que os Chemical Brothers apresentam mundialmente o novo disco no Sónar, que a FKA e o A$AP Rocky esperam aqui a sua consagração, que os Duran Duran pagam uma dívida antiga com o festival, que os Hot Chip tocam de dia e de noite, que é impossível perder os concertos multimedia de hip hop/electrónica abstracta de Arca ou de Flying Lotus, e que obviamente o Laurent Garnier vai fazer-nos ver nascer o sol como todos os anos: com um imenso sorriso nos lábios.

O que nem toda a gente ainda se deu conta é da parte do festival que começa, cada dia, às 10h da manhã (sim, quando tu estás a gastar os últimos pozinhos da noite). Pelo sónar+D (assim se chama) passarão, diariamente, mais de 5000 pessoas (só entre acreditados) para ouvir a seguramente “demente” conferência do gurú Bruce Sterling, saber como o CEO da Kickstarter se prepara para “invadir” a Europa, ficar encantados com o que sai do laptop da Holly Herndon (a menina querida do panorama musical actual), conhecer os verdadeiros criadores por trás do jogo preferido de “Frank Underwood” e de mais meio mundo (se não viste a season 3 de House of Cards estamos a falar do Monument Valey) ou verificar que estamos a viver um reboot do interesse na Realidade Virtual pela mão de nomes como Chris Milk e Aaron Koblin que através da sua plataforma VRSE estiveram ligados ao projecto “Vice News VR” aqui da casa.

Disto tudo e muito mais daremos conta em pequenas notas diárias em directo desde o festival. Mas queremos também aproveitar a edição deste ano para conhecer melhor o público português do festival e saber porque vêem, o que vêem cá fazer, e onde encaixá-los nesta esfera gigante de criatividade e hedonismo que é o Sónar. Disso dará conta o artigo final que estará pronto quando os nossos neurónios recuperarem do esforço titânico dos 3 dias e noites de trabalhos forçados que nos esperam.