Música

Te Amo, Parceiro: Os Melhores Remixes Grime de R&B Americano

No último 4 de julho, a América do Norte celebrou a independência da Grã-Bretanha, mas 238 anos depois, eles ainda não conseguem manter suas mãos gananciosas longe das riquezas ianques. Dessa vez a treta não é com chá – mas sim as doces vozes das lendas do R&B do começo dos anos 2000. Nada de remixes sem representação! A não ser que ele seja extremamente foda. Enquanto outros gêneros forçaram a barra ao máximo (descanse em paz, BrandyHouse, 2011-2014), um bando de gente do grime mergulhou de levinho no R&B com resultados animadores. Meu colega anglófilo Alexander Iadarola e eu reunimos algumas de nossas canções favoritas, que você deve tocar uma atrás da outra da próxima vez que tentar juntar em uma pista de dança caubóis e rudeboys ou convencer um monte de adolescentes cheios de tesão americanos a dançar com os mindinhos esticados.

Mas tenham calma, meus amiguinhos detalhistas: por mais que o artista da casa R’n’G seja maravilhoso, estamos lidando estritamente com gente do transatlântico.

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DJ Milktray – “Hotel”

O atrevido escultor de emoções escocês DJ Milktray parece não errar nunca. Isso é fácil quando se remixa clássicos como esse; divida as batidas em um formato grime respirável, deixe as sequências em loop, deixe a Kellz ser Kellz, e sim, vai bombar.

-EM

Prince Lazio – “Go On & Hit It”

Orquestral e com cantoria – tipo um mix de música de desenho animado do Usher (de um jeito bom) – essa música é absurdamente agradável. Foi lançada na essencial compilação Boxed Vol. 1.

-AI

Kelly Rowland – “Dirty Laundry (Rabit Rework)”

Ok, havia dito que essa lista seria puramente transatlântica e Rabit é de Houston. Não importa. O que importa é que vi Kelly Rowland soltar lágrimas reais enquanto cantava essa balada de tirar o fôlego na Times Square, ano passado. Rabit sabe como não foder com o sucesso: ele meteu uma linha de sintetizadores fria gentilmente na mixagem, lubrificando o caminho para que o derramamento emocionado de Rowland possa fluir direto para o seu coração.

-EM

Finn – “My My”

Outra faixa da Boxed Vol. 1. Essa chega ao seu auge quando entra o sintetizador desafinado de onda quadrada típico do grime, sujando a limpeza ondulada do sample de “My My”.

-AI

Cherish – “Unappreciated (Murlo Remix)”

Definitivamente ninguém está mexendo com o Murlo agora. No que me concerne ele é o produtor moderno que mais explora de forma aventureira a trilha deixada pela faixa de mudar a vida do DJ XTC, “Functions On The Low,” os mais puros três minutos de som já martelados de forma agressiva no Fruity Loops em um Casio fuleiro por um adolescente anônimo. Jovens de olhos arregalados, flores desabrochando em ruas frias, inocência no meio da decadência, etc. Sabe quem mais incorpora essas coisas? Grupos de R&B femininos, que obviamente não escaparam de nosso amigo Murlo. Lindas flautas, batidas agitadas, três vozes clamando por honestidade de um namorado que trai… Eu poderia simplesmente morrer. Ver também: a versão bashment de arrebentar cabeças que o cara fez de “2 On”, da Tinashe.

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Myth vs Beatking – “Air vs Throw That Ass (Rabit Blend)”

Aqui o Rabit inclui harmoniosamente um vocal hilário de seu parceiro de Houston, Beatking (que entrevistamos um dia desses!), sobre um ritmo insistente, leve-mas-pesado, sampleado do Myth. Essa pode ser ouvida em sua totalidade em seu mix Glacial Sound para o Astral Plane (aos 26:25; porém, recomendamos ouvir a coisa toda), assim como a versão matadora de Rabit para um som da Ciara, que infelizmente não está disponível como faixa individual em canto nenhum.

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MissingNo – “Brandy Flip”

Esta versão é um dos maiores hinos recentes do grime. Arrasa qualquer mix em que esteja, especialmente a mix Layers do Goon Club Allstars pra DIS.

-AI

DJ Milktray – “Little Bit”

No começo dos anos 2000, os pais do grime e produtores americanos flertavam com paletas instrumentais asiáticas. Milktray liga os pontos: que caia um raio na minha cabeça se esses esganiçados barulhinhos a la Scott Storch não parecem com o lendário selo branco “Chinaman” do Jammer.

-EM

Lolingo – “New Cross Gate”

Sampleando a guitarra e bateria da icônica faixa “One Thing” de Amerie, adicionando alguns samples engraçadinhos pra deixar a coisa mais animada, não há muito para se desgostar no trabalho de Lolingo aqui. Outra direto da Boxed, desta vez do Vol. 2.

-AI

Plastician – “Still Tippin’”

A lenda do Rinse.fm, Plastician torna o confuso hino de Houston em um lance meio instrumental lerdo pra dirigir a noite, e é isso.

-EM

Aaliyah – “Are You That Somebody (Dj Milktray Edit)”

Esta clássica produção de Timbaland estava na fila pra receber uma versão grime, e quem melhor pra fazer isso senão o Dj Milktray? Ele claramente tem uma tendência ao R&B, como mostra esta lista. O resultado é uma versão relativamente sem frescuras e bastante funcional; adicionando o peso do da pista de dança a uma faixa que já era perfeita.

-AI

Finn – “Keep Calling”

“Músicas com Samples de Celular” seria outra ótima lista para fazer. Ginuwine, Aaliyah, e um barulho de Nextel persistente — o que mais alguém poderia querer? O peso de um grave de grime, obviamente.

-EM

Ciara – “Promise (Total Freedom Bootleg)”

Uma das melhores coisas nesta lista. O Total Freedom mistura o vocal adocicado de Ciara com sintetizadores rastejantes, uma produção espaçosa e uma progressão melódica boa demais pra ser verdade do instrumental de “Real Talk”, do Dot Rotten – difícil falar qualquer coisa que não seja “iéééé, brou!”. A faixa faz uma adorável participação no encerramento da mix recente de Strict Face para a Golden Syrup.

-AI

MissingNo – “XE2”

Você deve estar morando debaixo de uma pedra em um fosso cheio de sujeira [grime, em inglês] se não tiver abraçado dezenas de pessoas ouvindo essa aqui, que basicamente engravidou o ano de 2013.

-EM

Bônus: Drake – “Girls Love Beyonce ft. Wiley”

Amo o Wiley, mas poxa, imagina namorar com o cara, ele te largaria sempre que chovesse.

-EM

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Tradução: Thiago “Índio” Silva