Toda semana a coluna Time Travel invoca os fantasmas do techno futurista do passado com pérolas dos cantos mais empoeirados da rede mundial de computadores.
Minha amiga Ana Roman me deixou vidrada nesse vídeo atrevido, “Zoolookolgie”, do mestre francês dos sintetizadores Jean-Michel Jarre. Conhecido por sua música cabeçuda de sintetizadores analógicos e grandes espetáculos ao ar livre, Jarre já era muito famoso na época em que esse vídeo foi lançado. Em 1979 ele tocou no Dia da Bastilha na Praça da Concórdia em Paris, e levou um público de 1 milhão de pessoas — seu primeiro recorde entre muitos — e foi o primeiro músico ocidental convidado para tocar na China pós-Mao em 1981.
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Zoolook, o álbum em que essa música se encontra, é considerado o mais experimental de Jarre até o momento. Foi amplamente promovido por ter sido gravado, mixado e masterizado digitalmente. Para explorar essas novas técnicas de gravação e edição digital, Jarre viajou ao redor do mundo gravando falas e cantos em 25 línguas diferentes, incluindo bali, japonês, sioux e tibetano. As gravações foram levadas à Nova York, onde Jarre compôs o disco e trabalhou com músicos como o guitarrista de jazz Marcus Miller, Adrian Belew (da banda de rock progressivo King Crimson), o baterista de R&B Horton Yogie a artista performática Laurie Anderson.
O vídeo para “Zoolookologie” é tão divertido com seus efeitos digitais quanto a música com todos aquele samples. Por incluir clipes de objetos aparentemente aleatórios em movimento, o vídeo revela a natureza dos sons tocados. Modelos substituem sintetizadores e dublam as notas como se fossem letras. Nossos olhos são bombardeado por formas animadas piscantes e o pobre Jarre é esticado no final, coitado.