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VICE News

Os Estados Unidos lançaram um ataque de mísseis sobre a Síria

The strikes were in retaliation for a deadly chemical weapon attack, launched by Syrian President Bashar al-Assad earlier this week.

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News.

Forças militares norte-americanas terão lançado mais de 50 mísseis Tomahawk sobre a Síria na noite de quinta-feira, 6 de Abril, de acordo com vários relatos. Os ataques são uma retaliação pelo bombardeamento com armas químicas de uma aldeia síria ocupada pelos rebeldes e que terá sido ordenado pelo presidente Bashar al-Assad no início da semana, provocando a morte a pelo menos 80 civis, incluindo 30 crianças.

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Os primeiros relatos apontam para entre 50 a 60 mísseis disparados a partir de dois navios de guerra dos Estados Unidos, posicionados no Mar Mediterrâneo. O ataque teve como alvo principal um campo de aviação sírio localizado perto de Homs e terá alegadamente destruído vários aviões e atingido a própria pista. Oficiais norte-americanos disseram à NBC que não houve alvos humanos directos e que, para já, não se sabe quantas baixas terão ocorrido, se é que alguma. A Rússia, que tem tropas no terreno, terá sido notificada antes dos ataques.

Em declarações prestadas a partir do seu clube de campo de Mar-a-Lago, o presidente Trump apelou às "nações civilizadas" para se juntarem aos Estados Unidos na "demanda pelo fim da carnificina e do derramamento de sangue na Síria". "É de interesse vital para a segurança nacional dos Estados Unidos, que se tomem iniciativas que impeçam a proliferação e o uso de armas químicas mortíferas", sublinha Trump.

Na terça-feira, a Rússia negou que as forças de Assad fossem responsáveis pela utilização de armas químicas contra o seu povo. Os russos têm, aliás, um longo historial no que diz respeito a declinar qualquer responsabilidade sua, ou dos seus aliados sírios, pelas atrocidades cometidas  durante a Guerra Civil na Síria.

Os senadores republicanos John McCain (Arizona) e Lindsey Graham (Carolina do Sul) aproveitaram já o momento para lançar farpas à administração Obama, através de um comunicado conjunto divulgado na noite de quinta-feira, 6. "Ao contrário da anterior administração, o presidente Trump enfrentou um momento crucial na Síria e tomou uma iniciativa. Por isso, merece o apoio do povo americano", diz o documento.

Por sua vez, o Senador Ben Cardin, membro do Comité do Senado para as Relações Internacionais, disse num comunicado que teria sido informado dos ataques contra o regime de Assad, depois destes já estarem a decorrer. "Estes ataques militares contra o arsenal de Assad são uma mensagem clara de que os Estados Unidos vão defender as regras internacionalmente aceites contra o uso de armas químicas", realça Cardin. O Senador, no entanto, alerta: "Não posso deixar de sublinhar que, qualquer operação a longo prazo ou de maiores dimensões na Síria, levada a cabo pela administração Trump terá que ser feita sob consulta ao Congresso".

A antiga Secretária de Estado e candidata presidencial Democrata, Hillary Clinton, tinha apelado à acção contra Assad poucas horas antes dos ataques, em declarações proferidas durante a "Women's World Summit", em Nova Iorque. " Acredito profundamente que deveríamos e continuamos a dever aniquilar os campos de aviação do regime e, assim, impedir que possam ser utilizados para bombardear pessoas inocentes e atacá-las com gás sarin", considerou Clinton.