A referência que todos temos de espiritismo e psicografia aqui no Brasil, além da novela, é o falecido médium Chico Xavier, que inclusive já psicografou uma letra de música que foi entregue a Roberto Carlos (que prontamente gravou o lance).
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Ouvindo a tal canção pesquisei um pouco mais sobre a psicografia e mediunidade ligada à música acabei encontrando a história de uma médium inglesa chamada Rosemary Brown, que dizia conversar com os espíritos de Liszt, Chopin, Bach, Beethoven, Berlioz, e mais um bocado de compositores que ditavam p’ra ela suas novas composições e mensagens sobre um mundo melhor.
Sabe quando um vídeo publicitário ou um filme mais barato quer fazer uma cena de boxe, mas não tem os direitos de usar “Eye of The Tiger” e mandam alguém compor uma música bem parecida? É a mesma sensação que tive ouvindo as peças psicografadas por Rosemary, uma forte impressão de que as músicas dela são apenas “reedições” de outras músicas já consagradas desses compositores. E, além do mais, seria bem estranho os caras continuarem compondo do mesmo jeito, utilizando as mesmas técnicas, após centenas de anos.
No Brasil houve também a aparição de Irineu Gasparetto, que além de receber canções de gente como Cartola, Vinicius de Moraes, Ary Barroso e outros, ele incorporava esses espíritos em diversos programas de televisão, tornando a experiência muito mais fantástica, assista aqui.
O auge, no entanto, de todo esse lance de espíritos mandando música para nós vivos é de responsabilidade de Carmem Faini Tiepolo de Aguiar que psicografou e “psicofonou” nada menos que uma canção do piloto Ayrton Senna dedicada à sua antiga namorada Xuxa. Vamos destrinchar as melhores partes dessa grande obra:
P’ra começar tem o título “Musa Rainha” já mostra que a empreitada vai ser firmeza.
Depois vem a introdução que você fica por um tempo sem saber se é um motor de carro ou de liquidificador.
A letra ele quer deixar claro que ele é sim um piloto, pois sabe os termos que são ligados à profissão, “Na velocidade do meu pensamento / faço um pitstop / faço o som do vento”.
A melhor parte da letra é: “livre / FIZ DO TEU CORPO MEU VOLANTE”. Sinceramente, não consigo imaginar um elogio melhor p’ruma mina.
Ele fala logo depois que na pista ele ouvia os motores e pensava nela. Volto a insistir que qualquer mulher desse planeta gosta de ser associada a um motor, passa a ideia de potência.
O restante da banda entra em ação com o verso “A Brasileira mais linda”, ele quer definir o limite de sua admiração, a Xuxa é gata e tal, mas isso no Brasil, porque se pá em outros países tem outras mulheres que batem de frente no quesito beleza.
Com a repetição dos primeiros versos você com certeza é levado a pensar que essa música é a cara do Jorge Vercillo.
“Ontem te amei o que hoje eu te amo”, enquanto a maioria das pessoas diz que a cada dia ama mais, Senna é mais moderado e tenta manter um amor constante.
Solo de guitarra começa com uns glissandos longos que em conjunto com a distorção nos faz associar o som com a aceleração de um carro, belíssima sacada.
“Nos boxes, por você, me tornei compositor”, essa é p’ra quem ta duvidando que seja o Ayrton Senna.
“Sinal verde para o meu amor”, mais uma amostra de que é o Ayrton, pois manja de coisas ligadas ao universo automobilísticos.
Uma repetição obsedante do magnífico jogo de palavras “Cenas/Sennas de Amor”.
P’ra finalizar vem um barulho fantasmagórico de helicóptero que eu não entendi muito bem o conceito.
Eu se fosse a Xuxa ligava p’ra Whoopi Goldberg.
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