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Adaptação ruim de games clássicos deixa Sega na defensiva

Depois de críticas, dona do Sonic desconversa sobre emulação e a adaptação dos seus jogos para plataformas móveis.
Imagem: Sega/Reprodução

Esta matéria foi originalmente publicada no Waypoint.

No mês passado, a Sega lançou a primeira baciada de jogos clássicos grátis através do serviço Sega Forever, para iOS e Android, que inclui: Sonic the Hedgehog, Comix Zone, Phantasy Star II, Kid Chameleon e Altered Beast. Apesar de muita gente (incluindo euzinho) ter se empolgado com a ideia de poder jogar seus games favoritos da empresa, as adaptações para plataformas móveis vieram cheias de problemas de frame rate, processamento lento, erros no som e mais.

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A reação dos fãs foi proporcionalmente brochante, mas a Sega mesmo assim defendeu que o lançamento do Sega Forever foi "muito positivo" em uma entrevista na Eurogamer.

A entrevista questiona por que jogos tão antigos não rodam bem em plataformas modernas, por que outras adaptações para portáteis mais velhas rodavam há sete anos tão melhor do que as de hoje, e por que a Sega decidiu usar a Unity como engine dos jogos em vez de um bom e simples emulador. A Sega não deu boas respostas para nenhuma dessas perguntas, mas o chefe de marketing a empresa, Mike Evans, disse que eles escolheram usar Unity porque permitiria à Sega "trazer esses jogos pro maior público possível… especialmente em países em desenvolvimento."

Porém, sites especializados, como a Digital Foundry, reclamam que o Unity é justamente a razão pela qual a emulação desses jogos é tão ruim, e que outros emuladores, como o RetroArch, funcionaria melhor.

Libretro, a empresa responsável por RetroArch, declarou que a Sega de fato foi conversar sobre usar o emulador pro projeto Sega Forever, mas a companhia "exigiu que nós re-licenciássemos o nosso programa para algo que tiraria todos os nossos direitos". Por outro lado, Evans menciona que "na perspectiva da Sega, não podemos colocar um software de licença livre para funcionar com os jogos de propriedade da empresa, porque nós perderíamos alguns direitos dentro dos games – essa é uma política da empresa".

Quando estava criando um protótipo do Sega Forever pra empresa, a Libretro disse que teve que brigar para conseguir qualquer reconhecimento ou poder mostrar a marca dentro dos jogos. "Parecia que eles estavam muito relutantes em admitir que nós estávamos por trás do aplicativo", revelou o desenvolvedor Daniel De Matteis à Eurogamer. "No fim das contas, naquele protótipo pudemos colocar a logo da nossa empresa na tela de abertura, mas na nossa cabeça, isso não deveria nem ser debatido."

Essa situação toda ressalta a visão questionável da Sega sobre o seu legado clássico, confirmando que a empresa acredita em apreciar e lembrar dos seus jogos, mas sem necessariamente fazer isso direito.

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