O Mundo era um lugar diferente em 2015. Hoje em dia, um gajo pode dizer isto de mês a mês que não se engana, mas a verdade é que era mesmo. Trump não passava de uma "curiosidade" risível, a Geringonça só chegaria para salvar o País quase no final desse ano, em Belém ainda vivia uma múmia, o benfas dominava no plano religioso sem interferências digitais, BdC estava apenas em semi burn out, o Pinhal de Leiria ainda existia, Madonna não era a nossa vizinha do lado… enfim, outros tempos.2015 foi também o ano em que os The Walks lançaram Fool's Gold, um dos melhores 30 álbuns nacionais do ano para a Antena 3. E isso não mudou. O primeiro longa duração da banda de Coimbra continua a ser um grande disco, de urgência rock, de guitarras desenfreadas e groove garage para incendiar pistas de dança desempoeiradas.No entanto, estamos em 2018 e os The Walks - Gonçalo Carvalheiro, John Silva, Miguel Martins, Nelson Matias e Tiago Vaz - mudaram um bocadinho. Ou avançaram, melhor dizendo. Há um álbum novo a caminho e o primeiro avanço, "Sunny Side Up", revela já um pouco do que podemos esperar. Mais luz, mais ar para respirar, ritmos ainda mais dançáveis, onde antes se abanava freneticamente, agora ondula-se de forma quase hipnótica, de olhos fechados até a uma espécie de descontrolo madchester, mas em modo ressaca pós-1992, quando descer à terra se tornou essencial para se poder olhar em frente.Gravado e produzido nos BlackSheep Studios, o álbum tem edição marcada para Setembro pela Lux Records. Até lá, "Sunny Side Up", com vídeo (ver acima) a cargo do colectivo criativo Flaming Acid, é matéria suficiente para vício diário e para alimentar aquela ansiedade miudinha pelo que aí vem.
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