Confrontos Marcaram o 7º Aniversário da Morte de Alexandros Grigoropoulos no Domingo em Atenas

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Confrontos Marcaram o 7º Aniversário da Morte de Alexandros Grigoropoulos no Domingo em Atenas

Desde dezembro de 2008, manifestações anuais são organizadas por diferentes grupos de esquerda, estudantes e, particularmente, anarquistas para lembrar a morte do adolescente e protestar contra a violência policial.

Treze pessoas foram presas (seis delas menores de idade) na noite de domingo em Atenas, resultado de enfrentamentos violentos entre manifestantes e policiais no sétimo aniversário do assassinato de Alexandros Grigoropoulos.

Em 2008, Grigoropoulos, um estudante de 15 anos, foi morto pelo policial Epaminondas Korkoneas no bairro de Exárquia. O assassinato desencadeou uma série de protestos e confrontos, geralmente liderados por estudantes da idade da vítima.

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Desde dezembro de 2008, manifestações anuais são organizadas por diferentes grupos de esquerda, estudantes e, particularmente, anarquistas para lembrar a morte do adolescente e protestar contra a violência policial. Ironicamente, esses atos geralmente acabam em confrontos entre os manifestantes e a polícia.

Neste ano, a multidão formada principalmente por estudantes e grupos de esquerda começou a se reunir no centro de Atenas (no Propileu) ao meio-dia. A polícia estava preparada para turbulência: o número de policiais nas ruas da cidade excedia os 5 mil; além disso, duas estações do metrô foram fechadas por razões de segurança. Por volta das 15 horas, as pessoas começaram a marchar. O protesto foi majoritariamente pacífico, apesar de algumas pedras terem sido jogadas nos cordões da polícia que guardavam a Biblioteca Nacional.

Por volta das 18 horas, o Propileu estava lotado com membros de grupos anarquistas e antiautoritarismo que tinham se reunido para sua própria marcha. Os manifestantes estavam usando máscaras de gás, e um silêncio desconfortável pairava no ar.

Assim que a marcha chegou ao cruzamento entre as ruas Panepistimiou e Voukourestiou, coquetéis molotov foram lançados pelos manifestantes em direção à tropa de choque, que respondeu com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.

Quando a pesada nuvem química se dissipou, os manifestantes tinham se reagrupado e continuado seu caminho até serem obrigados a parar no cruzamento entre as ruas Panepistimiou e Benaki devido a um bloqueio na rua. Nesse momento, ficou claro que a polícia tinha cortado todas as rotas de fuga, cercando o grupo principal da manifestação. A tensão cresceu, e mais enfrentamentos se seguiram até que a polícia avançou na área de Exárquia, onde os confrontos continuaram até as primeiras horas da madrugada.

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Enquanto isso, um pouco além de Exárquia, numa área que cerca a Praça Omonia, 20 ou 25 policiais em motocicletas cercaram um grupo de cerca de dez pessoas, formado principalmente por fotógrafos e jornalistas. Eles tiveram de mostrar suas identificações, e aqueles que não tinham os documentos necessários foram levados para a delegacia.

No final do dia, flores e bilhetes cobriam o monumento erguido em memória de Grigoropoulos no exato lugar onde ele foi baleado em Exárquia. Mais marchas em sua homenagem aconteceram em várias cidades da Grécia no domingo, onde só pequenos incidentes foram relatados.

Tradução do inglês por Marina Schnoor.

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