Afinal de contas as mulheres gostam tanto de vídeos porno POV como os homens
Imagem principal cortesia WankerzVR

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Afinal de contas as mulheres gostam tanto de vídeos porno POV como os homens

"Parece que homens e mulheres estão à procura exactamente da mesma coisa, mas cada um quer ser o centro das atenções".

Este artigo foi originalmente publicado pela nossa plataforma Broadly.

Quando o assunto é fazer porno para mulheres, os estúdios de entretenimento para adultos mainstream já tentaram um monte de coisas: mais romance, mais beijos, cenários mais bonitos, iluminação mais suave, lençóis de seda… enfim, tudo e mais alguma coisa. No entanto, como um número cada vez maior de empresas tem vindo a descobrir, muitas mulheres gostam tanto de porno hardcore como os homens. Simplesmente, gostam de uma perspectiva diferente.

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É aqui que produtores de pornografia em realidade virtual esperam conseguir colmatar a lacuna. Veja-se o exemplo da WankzVR, um site de porno de Realidade Virtual lançado o ano passado e que acaba de lançar quatro novos vídeos, filmados desde o ponto de vista físico (ou POV, na sigla em inglês), da mulher. Este tipo de porno, conhecido como POV, é já um subgénero muito popular - basta uma rápida busca online para o comprovar -, mas, sem surpresa, é, na maior parte das vezes filmado da perspectiva do homem.

Nos vídeos da WankzVR, no entanto, a perspectiva é a da actriz e, consequentemente, é também a do espectador. Os utilizadores do site podem descarregar os vídeos para visualização em smartphones, ou em aparelhos de Realidade Virtual, incluindo o Oculus Rift, ou  o Samsung Gear VR.

"A mentalidade geral há alguns anos era de que se quiséssemos fazer conteúdo adulto para ser visto por mulheres, tínhamos de retirar muita da intensidade das cenas".

Mas a WankzVR não é a única empresa a fazer experiências com o porno POV feminino em Realidade Virtual. Também o VirtualRealPorn oferece já a possibilidade aos seus clientes de escolherem vídeos realizados neste formato, lésbicos e heterossexuais, ainda que sejam de pagamento obrigatório. Há ainda uma série de outros sites mais pequenos que há muito produzem conteúdo feito por e para mulheres. Mas, estas tentativas de POV feminino levadas a cabo por site de Realidade virtual, acabam por representar uma evolução na forma como o mainstream da indústria de entretenimento para adultos começa a olhar para o conteúdo para mulheres.

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"A mentalidade geral há alguns anos era de que se quiséssemos fazer conteúdo adulto para ser visto por mulheres, tínhamos de retirar muita da intensidade das cenas", diz Bradly Phillips, director geral da e muita da acção empresa de Amesterdão Pimproll, que opera quase mil sites, incluindo o da produtora WankzVR. E acrescenta: "Baixávamos o tom de muita da acção e acrescentávamos muito mais beijos".

Em anos recentes, todavia, continua Phillips, "quando as utilizadoras começaram abertamente a dar feedback, diziam: 'Na realidade não é nada disto que estamos à procura'". E o responsável conclui: "Parece que homens e mulheres estão à procura exactamente da mesma coisa, mas cada um quer ser o centro das atenções do conteúdo".


Vê também: "A indústria do amor na era digital"


Esta tentativa de chegar às mulheres através da Realidade Virtual segue a par das esperanças que a indústria deposita na tecnologia para fazer com que as pessoas no egral tenham vontade de pagar pela pornografia que consomem. O advento de sites suportados pela publicidade, como o Pornhub, que são de acesso livre e gratuito, tornaram os consumidores mais picuinhas em relação àquilo em que estão dispostos a gastar dinheiro.

E abrir o mercado às mulheres pode ter um potencial gigantesco. O Pornhub, que gera cerca de 92 mil milhões de visitas anualmente, diz que, em 2016, 26 por cento dos visitantes a nível global foram mulheres. Um aumento de dois por cento em relação ao ano anterior.

Bradly Phillips quer, pois, encontrar uma forma de conseguir lucrar com o conteúdo feminino POC da WankzVR (até agora, os três primeiros vídeos lançados já foram descarregados mais de 10 mil vezes). "Há muito mais mulheres a consumir conteúdo para adultos do que aquilo que nos apercebemos, mas a realidade é que nunca como agora houve um foco tão grande em fazer as coisas da maneira correcta para esta audiência. É evidente que estávamos a dar às mulheres a nossa ideia do que elas queriam, em vez de fazermos o nosso trabalho de casa e tentarmos fazê-las felizes", conclui Phillips.