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FRINGES

Milícias populares em guerra com os cartéis de droga mexicanos

Pessoas a fazer justiça pelas próprias mãos.

No dia 5 de Janeiro, em El Potrero, uma pequena cidade no estado de Guerrero, um homem chamado Eusebio García Alvarado foi sequestrado. Os raptos são uma coisa comum em Guerrero, a Sul da capital mexicana, uma das regiões mais pobres do país — e também uma das mais atormentadas pelos cartéis de droga. Acapulco, por exemplo, a maior cidade do estado, é conhecida pelo turismo e menos por ser uma das cidades mais perigosas no mundo inteiro, isto de acordo com um estudo de Fevereiro realizado por um think tank daquele país. Contudo, o rapto de Eusebio, um proeminente cidadão da comunidade, foi a gota de água e as pessoas decidiram intervir. No dia seguinte, a 6 de Janeiro, centenas de pessoas das cidades vizinhas, Ayutia de los Libres e Tecoanapa, chegaram à conclusão que conseguiriam policiar a zona melhor do que as próprias autoridades. Agarraram nas armas que tinham à mão, montaram checkpoints à entrada das cidades e começaram a patrulhar as estradas em pickups. Nascia assim uma milícia popular, completamente à margem de qualquer autoridade federal. Eusebio foi libertado no mesmo dia, mas ninguém desmontou os checkpoints. Pelo contrário, o apoio à iniciativa só aumentou e nasceram novas milícias nos municípios vizinhos. Ángel Aguirre, o governador de Guerrero, começou por elogiar as milícias, mas em breve mudaria de opinião. As mílicias não entregaram as armas, embora tenham entregue os seus prisioneiros à polícia estatal. As leis, a federal e a do estado, contemplam a existência deste tipo de grupos, mas há um problema de legitimidade e de potencias abusos de poder.