A crise climática pode levar a que, no futuro, mais pessoas vivam na Sibéria. Foto: Simon Dubreuil/Getty Images.
Este artigo foi originalmente publicado na Motherboard - Tech by VICE.De acordo com uma nova investigação agora revelada, por volta de 2080 uma grande parte da Sibéria pode vir a tornar-se habitável por causa da crise climática. No estudo, publicado na última semana na revista Environmental Research Letters, os investigadores descobriram que até as mudanças climáticas mais modestas, como a subida de 1,9 C das temperaturas no Verão, podem permitir um "aumento de cinco vezes" na capacidade da região para sustentar populações humanas na década de 2080.

Cientistas do Centro Federal de Investigação Krasnoyark da Rússia e do Instituto Nacional de Aeronáutica nos Estados Unidos analisaram os cenários climáticos actuais e os previstos para a Rússia asiática (a leste dos Urais, em direção ao Pacífico). Apesar de a área ocupar 77 por cento da Rússia, actualmente só lá habita 27 por cento da população.A equipa utilizou os aumentos de temperatura e a precipitação para estudar o seu efeito em três factores-chave decisivos para que determinado sítio seja habitável por seres humanos: o potencial da paisagem ecológica (a capacidade de cultivar alimentos na terra, por exemplo), a severidade dos invernos e a presença de permafrost. Com temperaturas mais altas e um aumento da precipitação, pela década de 2080 a Rússia asiática terá menos cobertura de permafrost, diminuindo dos 65 por cento actuais para 40 por cento da área, descobriu a equipa - tornando a terra sete vezes mais favorável para humanos. O estudo é especialmente relevante, tendo em conta que a crise climática pode "forçar-nos a cruzar fronteiras e escapar das nossas terras natais", salientam os autores.Todavia, ainda que as condições físicas sejam favoráveis, os autores salientam também que, para as pessoas poderem migrar para a Sibéria, teriam igualmente que verificar-se mudanças políticas. "Vastas extensões da Sibéria e do Extremo Oriente têm infra-estruturas pouco desenvolvidas. A velocidade com que esses desenvolvimentos acontecem depende de investimentos em infra-estrutura e agricultura, o que, por sua vez, irá depender de decisões que deveriam ser tomadas brevemente", conclui Parfenova.
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"Por agora, a Rússia asiática é extremamente fria. Num futuro de clima mais quente, a segurança alimentar em termos de distribuição e capacidade de produção irá tornar-se, provavelmente, mais favorável para as pessoas se estabelecerem na zona", afirma a autora principal do estudo, Elena Parfenova, num comunicado de imprensa.

Cientistas do Centro Federal de Investigação Krasnoyark da Rússia e do Instituto Nacional de Aeronáutica nos Estados Unidos analisaram os cenários climáticos actuais e os previstos para a Rússia asiática (a leste dos Urais, em direção ao Pacífico). Apesar de a área ocupar 77 por cento da Rússia, actualmente só lá habita 27 por cento da população.A equipa utilizou os aumentos de temperatura e a precipitação para estudar o seu efeito em três factores-chave decisivos para que determinado sítio seja habitável por seres humanos: o potencial da paisagem ecológica (a capacidade de cultivar alimentos na terra, por exemplo), a severidade dos invernos e a presença de permafrost. Com temperaturas mais altas e um aumento da precipitação, pela década de 2080 a Rússia asiática terá menos cobertura de permafrost, diminuindo dos 65 por cento actuais para 40 por cento da área, descobriu a equipa - tornando a terra sete vezes mais favorável para humanos. O estudo é especialmente relevante, tendo em conta que a crise climática pode "forçar-nos a cruzar fronteiras e escapar das nossas terras natais", salientam os autores.Todavia, ainda que as condições físicas sejam favoráveis, os autores salientam também que, para as pessoas poderem migrar para a Sibéria, teriam igualmente que verificar-se mudanças políticas. "Vastas extensões da Sibéria e do Extremo Oriente têm infra-estruturas pouco desenvolvidas. A velocidade com que esses desenvolvimentos acontecem depende de investimentos em infra-estrutura e agricultura, o que, por sua vez, irá depender de decisões que deveriam ser tomadas brevemente", conclui Parfenova.
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