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Saúde

Em 2022 o Mundo terá mais crianças obesas do que crianças abaixo do peso ideal

Estudo mostra que taxas de obesidade infantil no mundo aumentaram 10 vezes nas últimas quatro décadas.
Associated Press Photo

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News.

Um relatório recentemente publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para as alarmantes taxas de obesidade verificadas em jovens por todo o Mundo, que nas últimas quatro décadas aumentaram 10 vezes. Os números fazem com que as previsões apontem para que, em 2022, as crianças obesas ultrapassem aquelas com peso abaixo do que é considerado normal.

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Cerca de 124 milhões de jovens entre os cinco e os 19 anos são obesos, garante o estudo. Há ainda mais 213 milhões que apresentam peso a mais e estão no limiar da obesidade. A OMS define a obesidade com base no Índice de Massa Corporal (IMC) - calculado através da divisão do peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. Por exemplo, um indivíduo de 19 anos com um IMC de 25 é referenciado como tendo peso excessivo, enquanto alguém com um IMC de 30 é considerado obeso.

Conduzido pela OMS em coordenação com o Imperial College London e publicado na passada semana no Lancet, o estudo teve em conta mais de 130 milhões de pessoas com idades acima dos cinco anos - o maior número de participantes alguma vez envolvido num estudo epidemiológico.

Enquanto os níveis de obesidade estabilizaram em alguns países ricos da Europa, nos países em vias de desenvolvimento a crise está a aumentar. Em anos recentes, a China e a Índia, bem como países do Médio Oriente e África, têm assistido a grandes picos da obesidade infantil. A Polinésia e a Micronésia, por exemplo, registam a maior taxa de obesidade infantil, com um quarto da população jovem referenciada como obesa.

No entanto, países de língua inglesa com altos rendimentos, incluíndo EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Reino Unido, também têm registos de níveis de obesidade críticos [em Maio, outro relatório da OMS colocava Portugal entre os cinco países da Europa com mais obesidade na adolescência]. Numa tentativa de travar esta crise, alguns países introduziram a chamada "taxa sobre o açúcar", de forma a aumentar os preços de bebidas e alimentos com altos teores de açúcar [em Portugal, o imposto começou a ser aplicado este ano].

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Majid Ezzati, professor do Imperial College e autor principal do relatório, coloca as culpas da situação endémica que se vive na facilidade de aquisição e no baixo preço de alimentos altamentes calóricos. E conclui: "Estas tendências preocupantes reflectem o impacto que o marketing alimentar e as políticas que vemos por todo o Mundo, em que uma alimentação saudável e nutritiva é demasiado cara para a maior parte das famílias e comunidades".

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