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Com apoio dos EUA, forças sírias derrotaram o ISIS em Raqqa

A capital do califado foi tomada pelas Forças Democráticas da Síria. O Estado Islâmico, ainda que vivo, perde força no país.
MS
Traduzido por Marina Schnoor

Matéria publicada originalmente na VICE News .

Forças sírias, com apoio dos EUA, prevaleceram sobre o ISIS em Raqqa. Depois de uma batalha acirrada de quatro meses, eles capturaram os terroristas do grupo na capital do Estado Islâmico na terça-feira (17), num golpe crítico ao "califado" que rapidamente desmorona.

O brigadeiro-general Talal Sello, das Forças Democráticas da Síria (FDS) apoiadas pelos EUA, anunciou que a luta na cidade finalmente acabou depois que a milícia tomou o último posto do ISIS no estádio da cidade, que o grupo terrorista usava como depósito de armas e como prisão.

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"Está tudo acabado em Raqqa. Nossas forças tomaram o controle total de Raqqa", disse Sello à AFP.

Combatentes da FDS, uma aliança entre milícias curdas e árabes da Síria, hastearam uma bandeira dentro do estádio na terça, e milicianos vitoriosos foram vistos comemorando nas ruas, relatou a Reuters.

Sello disse que combatentes da FDS estão vasculhando a cidade atrás de minas e células jihadistas dormentes, numa declaração formal sobre a libertação de Raqqa depois de três anos do território sob comando do ISIS.

"Sabemos que ainda há explosivos e armadilhas dentro e entre as áreas que o ISIS já controlou, então a FDS vai continuar limpando deliberadamente essas áreas", disse o coronel Ryan Dillon, um porta-voz da coalizão liderada pelos EUA.

O golpe final contra o estádio veio depois que a FDS neutralizou o outro quartel restante do ISIS em Raqqa, o hospital da cidade, no começo da terça-feira. Mustafa Bali, um porta-voz da FDS, disse que 22 combatentes do ISIS foram mortos na batalha. A ação veio depois de um acordo negociado com anciões tribais no domingo, permitindo que jihadistas sírios saíssem da cidade, deixando algumas centenas de militantes do ISIS, muitos estrangeiros, tentando manter a posição.

Raqqa, que antes da guerra tinha uma população de 200 mil pessoas, foi a primeira grande cidade síria capturada pelo Estado Islâmico, e era a real capital de seu suposto califado. A cidade foi cenário de várias atrocidades sob o domínio brutal do ISIS – gays jogados de prédios, reféns locais e estrangeiros decapitados e pessoas acusadas de roubar tendo as mãos amputadas. Ataques terroristas na Europa e no resto do mundo foram planejados na cidade.

A ofensiva para retomar Raqqa envolveu forças da FDS, com apoio de ataques aéreos e de forças especiais da coalizão apoiada pelos EUA, que foram gradualmente cercando a cidade antes de lançar um ataque para tomar o centro velho em junho.

Embora a ameaça do ISIS não tenha sido eliminada – o grupo continua a comandar extremistas e simpatizantes violentos ao redor do mundo –, a libertação de Raqqa, três meses depois que o ISIS perdeu o controle de Mossul, deixa o "califado" físico significantemente enfraquecido.

Depois de vários territórios perdidos este ano, os combatentes do ISIS estão espremidos em pequenos bolsões na fronteira entre Iraque e Síria, e em cidades menores da província ocidental de Anbar, Iraque. Na Síria, o grupo se concentra na província de Deir Ezzor, no sudeste do país, onde o grupo está sob grande pressão das forças do governo sírio apoiadas pela força aérea russa e milícias com apoio do Irã.

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