Um porradão de fotos da festa VICE para o Curtas

FYI.

This story is over 5 years old.

Fotos

Um porradão de fotos da festa VICE para o Curtas

O Curtas podia fazer 20 anos mais vezes.

Foi neste último sábado que cerca de quinhentas pessoas tiveram a sorte de escolher a festa da VICE para os 20 Anos Curtas Vila do Conde como primeira recordação de domingo. Fua, a sua frondosa Buganvília e o Jean Michel Jarre abriram a pista do Armazém do Chá quando ainda eram seis e picos e a festa rapidamente se tornou numa feroz caça ao concerto num cenário que pouco ficava a dever à litografia das escadas do Escher. Um par de horas depois já se trocava a plateia pelo balcão, as conversas práticas por “pá, curto-te bué” e os concertos eram os que calhavam, onde calhavam, desde o palco JANELAS ao palco R/C FRENTE, passando pelo sótão ou pela cave. Só uma feijoada vegetariana (que pecou por não ter carne) conseguiria amparar o rumo caótico que a festa estava tomar, mas os copos de vinho não paravam de sair do balcão e mantiveram assim a sólida dominância do yin sob o yang. A dada altura já ninguém sabia quem ia tocar. Jim Brown substituiu The Australian Delphins From Paris (que não puderam ensaiar à custa do incêndio no CC STOP), o Frágil apareceu mas esqueceu-se dos discos e agradeceu o jantar, e eu passei boa parte da noite à procura do responsável pelo cabo que me esqueci de pedir — responsável esse que tomou diversos tamanhos, formas, nomes e feitios, e cuja função era recambiar-me para outro responsável ainda menos responsável que o anterior. The Festmen juntou-se assim à lista de cancelamentos de última hora. Se calhar houve mais, ninguém sabe bem. Nem interessa. Entretanto, a porta do quarto do Kikas (assim chamado em homenagem ao seu guardião), onde se guardava o material das bandas, decidiu que já tinha tido a sua dose de festa e teimava em não abrir, pondo em risco meia dúzia de concertos. O Tilinhos e o seu martelo tentaram a sua sorte, mas só quando chegou o chefe Miranda (provavelmente com uma chave, alguém tinha tentado a chave até aí?) é que a porta abriu, com direito a aplausos e abraços. Lá em cima, o Pulha demonstrava aos BRO-X os seus conhecimentos de estudante de medicina, apregoando a plausibilidade da existência do cancro da sida. STÔR olhava nervoso, no meio deste faroeste todo, para o relógio: a sua aula estava atrasada duas horas e, quando o DJ Compartimento resolveu finalmente os problemas da praxe, o professor pediu silêncio e os melhores alunos chegaram-se à frente para uma aula sobre a Europa, dicas para sobreviver ao apocalipse (dica número um: não confiem na vossa família) e, #RESPEITO, uma cover de Pantera cantada em português na qual o pedido “PERNAS ABERTAS! HEADBANG!” resultou numa das memórias mais cómicas que tenho de público num concerto: pessoal a rodar coordenadamente a cabeça de pernas bem flectidas. Pouco depois, as escadas faziam a sua primeira vítima e chamou-se uma ambulância que acabou por ser cancelada quando a rapariga começou a dar sinais de vida perante os insistentes esforços de uma “enfermeira” que perguntava coisas como “sabes o teu nome?”, “sabes onde estás?” e “se sabes, diz”, levando como resposta um olhar fulminante de quem acha que estão a gozar com a sua cara. Tocaram então BRO-X,  Capicua, Equations, Jibóia e mais mil cenas até os CRISIS acabarem com um intenso concerto de mais de uma hora de coboiada que deu a festa por encerrada. Eram sete da manhã. Foi do caralho. Só é pena o Curtas Vila do Conde não fazer vinte anos mais vezes. Curtam aí as fotos da Joana Castelo, da Joana Lucas, do José Ferreira e da Luísa Cativo. PS1: Obrigado a uma anónima companheira que teve a amabilidade de não roubar o telemóvel do nosso editor, que encontrou no chão. PS2: Pessoal, estas fotos estão no Facebook em formato álbum. Vão até lá e taguem-se à vontade. PS3: A vigésima edição do Curtas Vila do Conde começa no próximo sábado, dia 7. Apareçam, meus. É fixe. Cinema e isso.

Publicidade